O comentarista Leandro Narloch foi demitido da CNN Brasil nesta sexta-feira 10.
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A dispensa do profissional ocorreu dois dias depois de análise de Narloch a respeito do fim da proibição de gays, bissexuais e mulheres trans poderem doar sangue no Brasil.
O jornalista considerou que a mudança é "pequena" e restringiria mais "à conduta e não ao tipo de pessoa, a opção sexual do indivíduo".
Mas o que mais revoltou usuários das redes sociais foram as falas seguintes. "Toda essa polêmica começou porque não há dúvida de que os homens gays têm uma chance muito maior de ter aids. Em 2018, uma pesquisa mostrou que 25% dos gays de São Paulo eram portadores de HIV."
Os números são verdadeiros e vêm do Ministério da Saúde. Veja aqui.
E ele continuou: "Mesmo que esse número seja exagerado, e de fato ele parece mesmo exagerado, o fato é que é dezenas de vezes maior a chance que população em geral." Esse é outro dado real e presente em todos os boletins epidemiológicos brasileiros acerca de HIV.
"A questão é que um dos critérios pra exclusão, eles já restringem aí os gays que têm comportamento promíscuo. A regra como estava agora ele estava muito injusta, por exemplo, com os gays que se cuidavam, que faziam sexo protegido ou então que tinham um parceiro só durante toda a vida."
Autoridades de saúde não ligam promiscuidade à infecção por HIV. A transmissão ocorre pelo fato de haver relação sexual desprotegida em relação ao vírus da aids e não pelo número de parceiros sexuais.
Em comunicado ao UOL, o canal afirmou sobre a saída de Narloch: "A CNN Brasil comunica que decidiu rescindir o contrato do jornalista e escritor Leandro Narloch. A empresa agradece pelos serviços prestados no período em que ele fez parte de nossa equipe de analistas e deseja sucesso no seguimento da carreira".
Em sua página no Instagram, Narloch afirmou que "a cultura do cancelamento" o pegou. "Não sou nem fui homofóbico, tenho horror a homofobia e concordei explicitamente com a doação de sangue por homossexuais".
"Me preocupa o clima da sociedade hoje, em que é impossível discordar até mesmo de termos ou terminologias sem causar histeria, sem que o outro lado seja considerado um monstro que precisa ser banido."