Nem todos os desmandos ficam impunes no Brasil. Em ano de intolerância, um prefeito pagou pelos seus atos.
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Daniel Guerra (Republicanos), prefeito de Caxias do Sul (RS), teve impeachment aprovado pela Câmara dos Vereadores da cidade, no último dia 20.
Dentre as três ações do mandatário que foram consideradas para seu afastamento está a proibição da marcha LGBT da cidade, conhecida como Parada Livre, em rua central de Caxias do Sul. Os vereadores entenderam que houve discriminação.
Apesar da tentativa de impedimento do prefeito, a Justiça autorizou que a parada fosse realizada no local desejado pelo ativismo arco-íris. O evento foi promovido em 17 de novembro.
Outras denúncias que serviram de base para o impeachment foram o veto do prefeito para uso de uma praça para a tradicional Bênção dos Freis Capuchinhos, que já tinha sido feita outras 12 vezes no mesmo local; e o fechamento do Postão 24h sem consulta ao Conselho de Saúde.
Ao todo, 18 vereadores votaram pelo impeachment e apenas quatro ficaram ao lado de Guerra.
"Hoje se materializou o maior ataque à democracia", escreveu o prefeito em suas redes sociais, que afirmou que irá recorrer da decisão.
A prefeitura da cidade foi assumida pelo presidente da Câmara, Flávio Cassina (PTB), que tem 30 dias para convocar eleição indireta.
O vice-prefeito da cidade, Ricardo Fabris de Abreu, renunciou em 2018.