Barcelona vive onda de ataques a LGBT: um a cada dois dias

Dentre casos está a morte de gay de 52 anos que foi agredido por grupo de 10 jovens

Publicado em 03/07/2021
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Entrada no verão eleva receio de mais agressões por haver muitas pessoas nas ruas. Foto: Depositphotos

A região autônoma espanhola da Catalunha vive onda de ataques a pessoas LGBT. 

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O Observatório contra a Homofobia (OCH), órgão local que relata discriminação à comunidade LGBT, contabilizou 100 ataques de janeiro a junho, o que corresponde a um a cada dois dias.

A grande maioria da violência contra essa população é praticada em Barcelona, maior cidade catalã.

No fim de maio houve três ataques em apenas dois dias e chamou atenção na imprensa local a agressão a um casal de namorados na praia de Somorrostro.

"De repente chegou um grupo de cinco caras que começaram com insultos, começaram a cuspir na gente e depois, como todos sabemos, nos bateram", contou uma das vítimas ao site El Español.

Ele levou socos por todo o corpo, mas o namorado teve comprometimento maior: os agressores quebraram sua mandíbula e a maior parte de seus dentes. Dois outros jovens gays, que estavam com eles, também apanharam.

Presidente do OCH, Eugení Rodríguez compara as situações com as do filme Laranja Mecânica (1971). "Você viu o filme?", questiona. "São grupos de pessoas que agem da mesma forma, com extrema violência, como um rebanho, motivados unicamente pelo ódio."

Ele continua: "Alguns comportamentos que já vimos e sofremos nas décadas de 80 e 90, vindos de grupos neonazistas. Uma das coisas que nos preocupa é que agora a violência não é necessariamente feita por militantes de extrema-direita".

E este ataque não foi o mais grave. No Parque Güell, o mais emblemático de Barcelona, um homem de 52 anos foi perseguido no último dia 26.

Cerca de 10 jovens o caçavam no mirante do parque. Eles o insultaram e depois o espancaram até a morte. Antes de irem embora, lhe roubaram a carteira e deixaram o corpo abandonado numa das esquinas do parque.

Ao todo, 14 dos ataques deste ano incluíram violência física. E a tendência é piorar. Em julho, por causa do verão no Hemisfério Norte, há mais pessoas nas ruas e praias.

"Agora está começando julho e estamos francamente preocupados porque, como eu disse a vocês, em alguns casos está sendo usada violência incomum", aponta Rodríguez.

O perfil dos agressores é de homens héteros e jovens. Dentre as vítimas, o grupo que concentra mais relatos é o de gays de 26 a 35 anos.

"Estamos vendo problema do aumento de incidentes especialmente na Catalunha, sem ter uma explicação específica, são vários fatores. Mas não podemos esquecer casos que estão ocorrendo em toda a Espanha, como o relatado recentemente por nossos companheiros no País Basco, de espancamento ocorrido em Basauri, de nove pessoas contra um garoto gay."


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