Parecia um momento histórico para os direitos LGBT na Tunísia, mas não foi bem assim.
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No final de abril, foi divulgado que pela primeira vez um casamento homossexual havia sido reconhecido no país, que é de maioria muçulmana e tem lei que prevê pena de até três anos para gays.
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O caso envolve um francês de 31 anos e um tunisiano de 26 anos. Eles se uniram na França e teriam tido sua certidão de casamento validada na Tunísia.
Entretanto, a entidade LGBT tunisiana Mawjoudin – We Exist revelou que funcionários de cartórios podem ter cometido um erro administrativo.
Ao Gay Star News, a associação explicou que autoridades teriam anotado a informação na certidão de nascimento do tunisiano para que ele obtivesse um visto para se juntar à família, e nao que a união tivesse sido ratificada no país africano.
O ministro de Assuntos Internos, Lotfi Zitoun, negou que o casamento tenha sido reconhecido e afirmou que tal união seria ilegal.
De acordo com a entidade, após a divulgação, pela associação Shams, da falsa conquista chegar ao mundo, a homofobia aumentou ainda mais na Tunísia.
"Gostaríamos de lembrar que as relações entre pessoas do mesmo sexo ainda são criminalizadas na Tunísia nos termos do artigo 230 do Código Penal. Portanto, o reconhecimento deste casamento é impossível. Mawjoudin denuncia o compartilhamento dessas notícias", afirmou a organização.
Segundo a publicação, desde a Revolução Tunisiana, em 2011, a perseguição a gays aumentou no país. O próprio casal, aliás, se tiver nomes revelados, poderá sofrer com a violência.