Desde a terça-feira 28, causa polêmica e divisão nas redes sociais xingamento dirigido ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) durante depoimento do ministro da Justiça, Flávio Dino, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
Nikolas foi chamado de "chupetinha" pelo deputado André Janones (Avante-MG) e também de "Nikole", o que foi entendido como insultos homofóbicos por parte dos ativistas e usuários das redes sociais e pelo próprio Nikolas.
Em seu perfil no Twitter, Janones se defendeu explicando que o "apelido" de "chupetinha" foi dado pelo influenciador Felipe Neto "uma vez que [Nikolas] aparenta ser uma criança, fisicamente, nas atitudes e nas mudanças repentinas de voz, como se vivesse uma puberdade tardia". Felipe chamou Nikolas, em vídeo gravado em outubro, antes das eleições, de "chupetinha de genocida", pelo seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
pra declarar-se vítima de homofobia. O apelido foi dado pelo amigo @felipeneto, uma vez que apesar de ter quase 30 anos de idade, aparenta ser uma criança, fisicamente, nas atitudes e nas mudanças repentinas de voz, como se vivesse uma puberdade tardia.
— André Janones (@AndreJanonesAdv) March 29, 2023
Já na mesma CCJ, em sessão nesta quarta-feira, Janones lembrou que ele é de Minas, como Nikolas, e que no Estado ele "é tratado como chupeta, esse é o apelido. E não tem nada a ver como homofobia, não vamos transformar um problema sério como é a homofobia no nosso país em que milhares de homossexuais são assassinados e são vítimas de ódio com apelido".
Nas redes, durante todo o dia, muitos acusaram "a esquerda" (já que Janones é alinhado ao presidente Lula) de "homofobia recreativa", usada para atacar um adversário político.
Em outubro passado, circulou vídeo de sexo gay atribuído a Nikolas. Nas imagens, o ator Joey Mills - confundido com o parlamentar - faz sexo oral em um homem.
O ativista gay Onã Rudá questionou se o apelido "chupetinha" já existia antes deste vídeo.
"O apelido 'chupetinha' existia antes do vídeo fake? Eu não sei, mas independente disso o que deu notoriedade a ele foram as informações trazidas por Patrícia Lelis e André Janones durante a eleição de suposto envolvimento sexual com outros homens. Não falo pra defender o nikolas, mas sim a comunidade a qual faço parte que é vítima constantemente de 'homofobia recreativa'. A minha questão é a seguinte: precisamos mesmo usar desse expediente baixo que retroalimenta uma violência pra combater um desclassificado, transfobico, nanico de conteúdo como Nikolas? Eu acho que não, esse é o modo que eles operam, não consigo concordar, posso estar errado, mas vale a reflexão", escreveu.
Galera vamos lá!
— Onã Rudá (@OnaRuda2) March 29, 2023
O apelido “chupetinha” existia antes do vídeo fake? Eu não sei, mas independente disso o que deu notoriedade a ele foram as informações trazidas por Patrícia Lelis e André Janones durante a eleição de suposto envolvimento sexual com outros homens.
Não falo pra… https://t.co/Cl47Dnmdr1
O termo "Nikole", usado contra o parlamentar, foi explicado por alguns usuários nas redes como referência à peruca que o deputado usou no Congresso no último 8 de março. Na ocasião, ele afirmou que a esquerda não o permitia falar na tribuna por ser o Dia Internacional da Mulher. "Pois eu não estava no meu local de fala. Então, eu solucionei esse problema aqui. Hoje eu me sinto mulher. Deputada Nikole”, disse ao microfone.
Ele prosseguiu dizendo que as mulheres estão perdendo espaço para "homens que se sentem mulheres".
"Ou você concorda com o que eles estão dizendo, ou caso contrário você é um transfóbico, homofóbico e preconceituoso”, falou.