Em nome da saúde, a máscara tornou-se item de uso obrigatório. Fazendo dessa necessidade forma de mostrar o orgulho de ser gay, ativistas têm saído de máscaras arco-íris nas ruas do DF! E parece que há outra pandemia aí... Mas de coisa boa!
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Presidente da ONG Jovens Unidos pelos Direitos Humanos LGBT (Judih LGBT), Maurício Martins tem tido experiências bacanas só um pouco nubladas por conta do quanto a máscara chama atenção.
"A reação das pessoas é de curiosidade. Sabem que é a máscara do arco-íris e que representa LGBT. Então acabam por olhar mais do que para as outras máscaras. Chama muita atenção. Às vezes, dá vergonha por olharem tanto!"
Se sente discriminação? "Não. O povo apenas não está tão acostumado a ver alguém usar acessários arco-íris. Há curiosidade. Nada negativo."
O professor Pedro Ivo deu essa entrevista a nossa reportagem enquanto estava na rua com uma máscara nas cores do orgulho LGBT. De novo, o poder de atrair olhares do item é atestado por ele. "Fixam o olhar."
Mas houve tensão. "No shopping, precisei ir ver uma compra pra minha mãe e fui ao banheiro. O segurança veio atrás. Não sei se a máscara pra ele quer dizer alguma coisa, mas me senti constrangido. De toda forma, talvez seja coisa da minha cabeça, sei lá. Eles sempre então mesmo a toda hora nos banheiros, né?"
O auxiliar de escritório e ativista Henrique Elias exibe sua máscara tanto em áreas ricas quanto em zonas populares da capital. E é só alegria.
"Há diferenças. No Plano Piloto [área de alto poder aquisitivo], a reação das pessoas é neutra. Em Ceilândia, muito popular, os olhares são de surpresa. E em Sobradinho, também de pessoas simples, recebo muitas palavras de apoio e admiração."
Maurício Martins avalia que há uma missão nessa visibilidade.
"Legal usar! Afinal, mostrar para as pessoas que você não tem vergonha de assumir o que você é acaba sendo gratificante. É orgulho de ser quem somos."