A lista de polêmicas geradas pelo Big Brother Brasil 22 ganhou um caso dentro do ativismo LGBT horas antes de o reality iniciar, na noite da segunda 17.
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Em postagem nas redes sociais no dia anterior, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), ao defender o segmento, afirmou que o Brasil rejeita pessoas trans e não possui nenhuma restrição a gays e drag queens.
"Esse país [Brasil] odeia travestis na mesma medida que cultua, segue, consome, ama e defende gays e drag cis", afirmou a entidade.
A mensagem avaliava, dentre outros pontos, o fato de o participante do BBB 22 Vinícius Sousa, gay e influencer, ter ganho 2 milhões de seguidores desde o anúncio de quem iria integrar a atração, na sexta 14, e Linn da Quebrada, que é trans, cantora e que também fará parte do reality show, não ter recebido muitas novas adesões na rede social e ainda ter apenas cerca de 600 mil indivíduos que acompanham suas postagens.
Pabllo Vittar e Gloria Groove, drag queens, também foram alvo da organização.
Nada foi dito sobre qual a razão de as próprias pessoas trans não se seguirem e se apoiarem. Pesquisa divulgada em 2021 mostra que o Brasil tem cerca de 4 milhões de trans.
A afirmação causou reação negativa dentro do ativismo LGBT. O presidente da Rede Gay do Brasil, Fábio de Jesus, mostrou reprovação ao que foi dito pela Antra tanto pelo critério quanto pela conclusão.
"Avaliar o comportamento de uma população de um país de mais de 210 milhões de pessoas por meio milhão ou dois milhões de seguidores em uma rede social não é algo sério. Existe um Brasil muito mais complexo fora dos likes. E violento", disse o ativista ao Guia Gay.
E continuou: "Lamentável essa postura da Antra, uma vez que existe sim violência sistêmica direcionada a gays. Um absurdo uma instituição nacional se prestar a esse papel de diminuir a dor do outro e propagar uma mentira."
Fábio também afirmou que é prejudicial ao ativismo fazer tal tipo de comparação entre os segmentos com anulação de um deles.
"O que a Antra fez é extremamente desnecessário. Ela deve sim lutar pela dignidade de pessoas trans, mas não estabelecer um confronto e ataques a gays e drags. Cada pessoa tem sua história de dor. Precisamos é nos unir. Postagens como essa só prestam desserviço a nossa luta."
Nas redes sociais, mais críticas à entidade trans.
A coisa mais homofóbica que já saiu do meio progressista foi essa ideia de que gays tem que aceitar calados serem chamados de narcisistas, promíscuos e fúteis pra massagear o ego frágil da comunidade trans. Se eu não aceito isso vindo de hétero também não vou aceitar de travesti https://t.co/TqpuaDPcch
— Hermes ? (@homoambition) January 16, 2022
— Lula posando pra capa As Cidades de Chico Buarque (@Daychella99) January 17, 2022
Nós devemos tanta coisa à ANTRA & temos por obrigação defendê-la, mas também cobrar estes tweets bizarros.
— chloe andrews ? ?? (@chloeandrewsf) January 18, 2022
Quem tweeta essas coisas? Absurdo https://t.co/DfoTbiZbmf
adm da antra acorda todo dia pensando "como eu posso fazer pra pessoas trans serem mais odiadas no twitter? como eu, como maior associação da comunidade trans do brasil, posso fazer pra dar munição pra pessoas trans serem acusadas de homofobia?"
— afh ??? (@arielfhitz) January 17, 2022
não aguento mais.
VAI TOMAR NO CU ANTRA!!!
— rato agenero com raiva (@narkotiske) January 17, 2022
SÓ FALA MERDA.
JÁ VILANIZOU OUTRAS PESSOAS TRANS (NÃO-BINÁRIAS), EXCLUIU A GENTE, FORAM TRANSFOBICAS COM A GENTE. AGORA VÃO FAZER O MESMO COM O RESTO DA COMUNIDADE???
VAI SE FUDER!!!