Era para ser um grito de pré-carnaval, mas acabou por ser um grito de dor e desespero mesmo.
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Inúmeras pessoas denunciaram, pelas redes sociais, agressões físicas e verbais por participantes do bloco Quem Chupou Vai Chupar Mais, que desfilou no sábado 3, no Setor Comercial Sul, em Brasília.
As cenas de violência têm algo em comum: vieram de héteros contra foliões homossexuais. Mais absurdo: o bloco é voltado à comunidade LGBT! A organização foi da produtora arco-íris Vodka Blush.
"O problema não foi a organização. A galera do trio tava animada, tinha tudo pra ser hit. O problema foi aquele bando de gente estranha que apareceu para oprimir os outros, fazer chacota com as gays, assediar as meninas e essas coisas", disse um participante, Rafael Carneiro, no evento do bloco no Facebook.
Outros participantes disseram que viram LGBT apanhando e sendo assaltados.
Denúncias de pouco policiamento e falta de identidade com o público LGBT por parte do bloco também pipocaram na rede. Um folião acrescentou que héteros não têm muitas festas de pré-carnaval na cidade e, portanto, foram em peso ao cordão.
Em nota, os organizadores disseram que não cabe a eles restringirem o público e que o bloco foi pensado e planejado com foco em LGBT. "Para nós é inadmissível qualquer propagação de preconceito e violência. Nosso objetivo sempre será a segurança e diversão de nosso público", escreveram.
"Sentimos muito por todas as situações ruins que aconteceram durante o bloco. No próximo dia útil, entraremos em contato com as pessoas responsáveis pelo fornecimento de serviços para relatar os acontecidos e ouvir, também, o que eles têm a dizer."
Providências
Frente ao ocorrido, o presidente do Conselho de Direitos Humanos do DF, Michel Platini, vai exigir do Governo de Brasília campanhas contra a discriminação e divulgação de serviços para denúncia.