Assistente social e mestre em Política Social pela Universidade de Brasília (UnB), Fábio Felix quer ser o primeiro deputado distrital assumidamente gay pelo DF.
Curta o Guia Gay Brasilia no Facebook
Aos 32 anos, Fábio iniciou no movimento LGBT ainda com 16 anos, em 2002, participando de reuniões e mobilizações promovidas pela ONG Estruturação.
Foi coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães (DCE-UnB), fundador do Psol no Distrito Federal e é o atual presidente da sigla (o primeiro assumidamente gay de um partido no DF).
Fabio concorreu a deputado distrital em 2014 e conquistou 6.257 votos. Confira a entrevista que o Guia Gay Brasília fez com o candidato:
O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em relação à proteção e legislação pró-LGBT, mas ainda há desafios para a cidadania arco-íris. Quais suas propostas para que o DF avance nessa questão?
Nossa candidatura coletiva tem trabalhado com algumas propostas construídas em diálogo com coletivos e ativistas LGBT, como a criação do programa Escola de Todas as Cores, que garanta uma educação com respeito à diversidade política, antipatriarcal e de fomento ao respeito às diversas identidades de gênero e orientações sexuais, e atuação para derrubar o veto legislativo à Lei Maninha (2615/00), que penaliza estabelecimentos que discriminam LGBT e institui o nome social em todos os órgãos públicos do DF.
Dentre as propostas também está a criação de estatísticas sobre a realidade da população LGBT brasiliense, bem como da violência por nós sofrida. Tal iniciativa é fundamental para embasar a criação de políticas públicas efetivas.
Outra é o fomento à organização política das e dos profissionais do sexo no DF, compostas/os também por travestis e mulheres trans, de forma que possam denunciar abusos e reivindicar direitos e lutar pela implementação de um programa de educação que possibilite a conclusão do ensino básico, bem como facilitar o ingresso no ensino superior e no mercado de trabalho formal para as/os que assim desejarem.
Quais são seus projetos para a população do DF em geral?
Lutarei por políticas de assistência social e a garantia dos direitos previstos no ECA para nossa juventude e infância de áreas pauperizadas.
Nosso mandato estará ao lado das lutas populares e em defesa de politicas sociais mais eficientes. Dentre as mudanças que propomos está a defesa do passe realmente livre, ilimitado, aos estudantes. A educação também se faz com acesso à cultura e ao lazer.
Votar em você é ajudar a eleger pessoas do seu partido e da sua coligação. Quais são esses partidos? Qual o compromisso deles com a cidadania LGBT?
Nosso partido é o Psol, que historicamente tem se colocado ao lado da população LGBT e contra toda forma de discriminação.
É o partido do primeiro deputado federal assumidamente gay e militante da pauta, Jean Wyllys, autor dos projetos de lei para reconhecimento legal casamento igualitário e da desburocratização da mudança de nome e gênero diretamente nos cartórios.
O partido da primeira candidata à presidência a citar a transfobia em rede nacional, Luciana Genro. O partido de Marielle Franco, lésbica, negra e periférica, assassinada brutalmente no Rio de Janeiro. O partido que, em todo o Brasil, apresenta travestis e transgêneros como candidatas, como Helena Vieira no Ceará e Duda Salabert em Minas Gerais.
O PCB, coligado conosco aqui no DF e a nível nacional, é outro partido de esquerda comprometido com o combate à discriminação e com a representação da população LGBT. Em Pernambuco, apresentou a travesti Amanda Palha, nacionalmente reconhecida, como candidata.
Ambos os partidos possuem o combate aos preconceitos em seus princípios, tendo todos os candidatos e políticos eleitos a obrigação de defender todos os grupos socialmente discriminados. Nossa união é a mais coerente e radical no combate à LGBTfobia.
Essa entrevista faz parte de série do Guia Gay Brasília com candidaturas de LGBT. O objetivo é dar visibilidade as suas propostas, partidos e coligações de forma a colaborar com a decisão do segmento arco-íris e simpatizantes na hora do voto.