Brasiliense de nascimento, lésbica e socialista, Talita Victor é candidata a deputada federal no Distrito Federal pelo Psol.
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Criada em Montalvânia (MG), Talita voltou a Brasília para estudar e formou-se cientista política pela Universidade de Brasília, onde iniciou sua militância no movimento estudantil.
Servidora concursada há oito anos na Câmara dos Deputados, a candidata define-se como feminista "porque não poderia ser diferente", já foi assessora parlamentar no Ministério da Saúde e é especialista em instituições e processos políticos do Legislativo pelo Centro de Formação da Câmara.
Talita é filiada ao Psol desde 2005 e atualmente é secretária LGBT da legenda, além de compor o corpo técnico da liderança do partido na Câmara. Esta é a primeira vez que disputa uma eleição.
O Guia Gay Brasília entrevistou Talita sobre seus projetos que têm para o DF e para o País. Confira:
O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em relação à proteção e legislação pró-LGBT, mas ainda há desafios para a cidadania arco-íris. Quais suas propostas para que o Brasil avance nessa questão?
Infelizmente, em termos de legislação aprovada pelo Congresso, o Brasil não pode ser considerado um dos países mais avançados em legislação pró-LGBT! As nossas maiores conquistas vieram por meio do Judiciário e do Executivo como o casamento igualitário, conquista por meio do STF.
Primeiro, precisamos seguir resistindo aos ataques que já existem. Um mandato nosso vai resistir e não vai abrir mão da luta LGBT! E precisamos fortalecer a articulação para a aprovação do Estatuto da Diversidade, além de dar visibilidade a projetos que já existem e são importantes para nós LGBT.
É necessário apressar a aprovação do PL João Nery, de autoria do deputado federal Jean Wyllys e está para ser votado na Comissão de Direitos Humanos.
Outros projetos importantes são o que trata do casamento civil igualitário que está parado no Senado Federal, o projeto de lei, de autoria da Deputada Maria do Rosário, sobre tipificação de crime de ódio e o que trata de acolhimento a pessoas idosas LGBTI, também de autoria de Jean Wyllys.
Com a aprovação desses PLs e tantos outros que estão engavetados no Congresso, já daremos um grande passo rumo a um Brasil menos cruel para LGBT.
Quais são seus projetos para a população brasileira em geral?
Acredito que em um primeiro momento precisamos pressionar o Congresso para revogar as reformas aprovadas pelo governo de Michel Temer. A reforma trabalhista, que retira direitos das e dos trabalhadores e a Emenda Constitucional 95 (antiga PEC 55) que congela investimentos em educação, saúde e segurança pública em 20 anos afetam duramente a população brasileira em geral, sobretudo os 99% que não têm as mesmas condições que o 1% mais rico deste país.
Votar em você é ajudar a eleger pessoas do seu partido e da sua coligação. Quais são esses partidos? Qual o compromisso deles com a cidadania LGBT?
Meu partido é o Psol, o qual tenho muito orgulho em construir há mais de 13 anos! Votar em mim é votar em nós: pessoas comprometidas com um projeto de país que inclua lésbicas, bissexuais, gays e mulheres e homens trans, pessoas negras, as mulheres de um modo geral (cis e trans), as pessoas com deficiência, os povos indígenas e a classe trabalhadora.
Nossa coligação não envolve os partidos da ordem como MDB e derivados. Logo, votar em Talita não puxa voto para pastores e pessoas da bancada do boi ou da bala. A coligação envolve o PCB, partido de luta e que se alinha com agendas do PSOL.
Somos um partido que coloca na ordem do dia a cidadania LGBT, com um bancada de seis pessoas que mais parecem 30. Jean Wyllys, Luiza Erundina, Chico Alencar, Glauber Braga, Ivan Valente e Edmilson Rodrigues estão dentre os deputados mais premiados pela sua boa atuação no Congresso e precisamos de mais de nós nesses espaços para ampliar a representatividade!
Essa entrevista faz parte de série do Guia Gay Brasília com candidaturas de LGBT. O objetivo é dar visibilidade as suas propostas, partidos e coligações de forma a colaborar com a decisão do segmento arco-íris e simpatizantes na hora do voto.