Funcionários transexuais da Netflix planejam paralisação no próximo dia 20 em protesto contra o especial do comediante Dave Chappelle.
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A informação é do site The Verge, que teria obtido memorando interno a respeito do assunto.
A decisão é motivada por o serviço de streaming, mesmo sob pedido nas redes sociais e entidades LGBT, não tirar do ar o show The Closer, de Chappelle.
Em e-mail enviado no último dia 8 e que foi acessado pelo The Verge e pela revista Variety, um dos presidentes da empresa, Ted Sarandos, fala sobre a comoção que o programa gerou e que não acredita que o conteúdo seja nocivo.
"Vários de vocês também perguntaram onde traçamos o limite do ódio", escreveu o executivo. "Não permitimos títulos no Netflix que tenham como objetivo incitar o ódio ou a violência e não acreditamos que The Closer ultrapasse essa linha."
Ele continua: "Reconheço, no entanto, que distinguir entre comentário e dano é difícil, especialmente com o stand-up comedy que existe para ultrapassar os limites."
"Algumas pessoas acham que a arte do stand-up é maldosa, mas nosso público gosta dela, e é uma parte importante de nossa oferta de conteúdo."
Também na semana passada houve burburinho após três funcionários - um deles, trans - serem suspensos.
O motivo foi eles terem invadido reunião virtual entre executivos da empresa em sinal de protesto.
Na terça-feira 12, Terra Field, a pessoas trans em questão, afirmou que já havia sido reintegrada à equipe, mas que tiraria uns dias de folga.
No especial, lançado em 5 de outubro, o comediante defendeu a escritora JK Rowling, acusada constantemente de transfobia.
"Eu nem sabia que diabos [terf - sigla para feministas radicais] era, mas eu sei que pessoas trans inventam palavras para ganhar discussões", disse Chappelle, que afirmou se identificar como "terf".
Outros dos comentários polêmicos foi a respeito do rapper DaBaby, "cancelado" este ano por comentário homofóbico e sorofóbico.
O comediante lembrou que há alguns anos o rapper atirou em um homem e o matou em um supermercado, mas que alegou legítima defesa.
"Em nosso país, você pode atirar e matar um idiota, mas é melhor não ferir os sentimentos de uma pessoa gay."
Chapelle foi criticado por muitos, mas também vários saíram em sua defesa, como o comediante Damon Wayans e a família da comediante trans Daphne Dorman, que se suicidou em 2019 e era grande amiga de Chappelle.
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