Gay afegão tem asilo reprovado na Áustria por não ser afeminado

Adolescente que está no país desde 2016 teve orientação sexual questionada por não se vestir ou agir como homossexual

Publicado em 19/08/2018

Gay afegão tem asilo reprovado na Áustria por não ser afeminado

Homossexuais são todos iguais e dão pinta e close, certo? Ao menos para autoridades da Áustria isso parece fazer sentido.

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Um jovem afegão teve pedido de asilo no país negado porque não "agia" ou se "vestia" como um gay.

"A maneira como você anda, age e se veste não mostra nem de longe que você pode ser homossexual", escreveu o funcionário responsável, segundo a Deutsche Welle.

O rapaz chegou sozinho à Áustria em 2016 e foi colocado em um campo de refugiados dedicado a menores de idade.

Lá, ele alegou ser da etnia hazara, que é perseguida no Afeganistão. Tempos depois, o menino apelou com base em sua orientação sexual. Os defensores do adolescente dizem que, inicialmente, ele teve medo de sair do armário na Europa.

No Afeganistão, a homossexualidade é considerada imoral e ilegal e pode ser punida até com a morte, de acordo com a lei da Sharia.

A ideia preconcebida de gays como afeminados, frágeis e sociáveis perpassa os documentos da imigração.

O funcionário contestou problemas de comportamento do afegão, o fato de que ele esteve envolvido em brigas no centro de refugiados e concluiu que ele tinha "potencial de agressão" que "não seria esperado de um homossexual".

Em outra objeção, o funcionário observou que o jovem não tinha muitos amigos e preferia passar um tempo em grupos menores ou sozinho. "Os homossexuais não são sociáveis?", escreveu ele no relatório.

O adolescente disse que já havia beijado "homens heterossexuais" antes, mas o agente também duvidou do relato, dizendo que, se fosse verdade, o afegão teria sido espancado por causa disso.

Questionado quando percebeu que era gay, o jovem disse que soube quando tinha 12 anos de idade. O funcionário argumentou que era "bastante cedo" e improvável porque o Afeganistão era uma sociedade "onde não há estímulo sexual público por meio da moda e propaganda".

O Ministério do Interior da Áustria se negou a comentar o caso, mas admitiu que a visão as "impressões individuais" dos funcionários são parte significativa no processo da entrevista.


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