Tradição em festas de casamento, o momento em que se joga o buquê acabou como uma aula de respeito à diversidade em Cuiabá.
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A assistente social Daiane Benevides, de 29 anos, deixou claro que os amigos gays poderiam entrar no grupo de mulheres à espera do lançamento do buquê.
"Eu não via qualquer problema que poderia impedir que meus amigos participassem do ato", disse Daiane, que se uniu ao agrônomo Alexandre Gomes, 35 anos, em um buffet, em 14 de abril, ao RD News.
E foi justamente um dos amigos gays da noiva que colocou as mãos no mimo, o universitário Heryck Guimarães, de 25 anos.
"Eu entrei no meio do pessoal e algumas me disseram que eu não poderia estar ali. Mas eu falei que ninguém me tiraria", contou.
"Por eu ser mais alto e pelo fato de algumas mulheres reclamarem disso, eu apenas pulei para o alto quando ela jogou. Não pulei em cima de ninguém, mas o buquê veio em minha direção."
Alguns convidados parabenizaram Heryck, porém outros reclamaram. Com o burburinho rolando e podendo atrapalhar a festa, a noiva pegou o microfone e encerrou o assunto com categoria.
"Eu o defendi. Falei que não havia diferença se um homem ou uma mulher pegasse o buquê. Disse que ali éramos dos direitos humanos e não havia espaço para machismo nem homofobia. Reforcei que se alguém estivesse incomodado, deveria se retirar", disse.
A postura da amiga surpreendeu Guimarães. "Eu achei lindo o gesto dela. Acredito que ela tenha feito o certo", diz. Depois da situação, Daiane conta que os convidados se acalmaram. "Ninguém mais comentou nada sobre o assunto. Se falaram, não foi na minha frente."
O universitário duvida da tradição de que quem pega o buquê é o próximo a se casar. "Eu não estou muito esperançoso de que vou casar um dia, não. A previsão, ao menos para este ano, é que isso não aconteça, porque estou solteiro e nem sei se essa situação ainda vai mudar", comentou aos risos.