Casados no domingo 24, em Brasília, José Moura Júnior, de 45 anos, e Wanderson Santana, 23, tiveram de enfrentar homofobia de outros noivos e de uma servidora pública.
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Foi a primeira vez em seis anos e 17 edições que o projeto Casamento Comunitário do Governo do Distrito Federal celebrou a união de um casal gay.
Ao Correio Braziliense, Wanderson disse ter ouvido comentários preconceituosos de outros casais que estariam no evento - ao todo foram 64 casais que se uniram na cerimônia realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Ao se inscreverem para o projeto, o casal também foi vítima de homofobia pela servidora que os atendeu. "Naquela hora, tínhamos desistido. Foi uma humilhação e falta de respeito enorme", contou José.
Porém, uma amiga do casal que trabalha no governo levou o caso ao secretário de Justiça, Francisco Assis. "A servidora foi exonerada e eles insistiram que participássemos", disse José. "Eu penso que somente pelo amor nós conseguimos superar a dor. E, com isso, juntos fomos mais fortes."
Os dois estão juntos há quatro anos - há dois anos moram juntos, em Ceilândia Norte. Eles se conheceram em um ônibus - José é rodoviário. "Foram lutas e batalhas grandes. Conseguimos. Não tem como não estar feliz."
Wanderson acabou convencendo o irmão, o fiscal de perdas Gregório Santana, de 22 anos, a se casar também. Gregório namorava há cinco anos com a operadora de caixa Bruna Cristina Santos, 22, e há três anos moram juntos. "Eu e a Bruna pensamos um pouco e aceitamos. Achamos que seria importante oficializar. E fazer isso ao lado do meu irmão é melhor ainda."