A nova edição do Censo, que será realizada este ano, não mensurará a quantidade de pessoas LGBT no Brasil.
Segundo o Ministério da Economia, é impossível contabilizar LGBT porque orientação sexual e identidade de gênero são questões pessoais e o censo é feito fazendo todas as perguntas a apenas uma pessoa da casa.
"Sob o ponto de vista da viabilidade técnica, a inclusão de uma pergunta tão específica e pessoal em um levantamento onde um morador do domicílio pode prestar as informações sobre si mesmo e sobre todos os demais moradores do domicílio não garantiria a qualidade dos resultados", afirmou a pasta, na terça-feira 11.
O estudo é realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que está vinculado ao Ministério da Economia.
A informação veio como resposta a requerimento do deputado federal Bacelar (Podemos-BA), que questionou a exclusão dessa população no censo. O Ministério Público Federal no Acre chegou a abrir apuração sobre o mesmo assunto.
Diretora de pesquisas do IBGE, Maria Lucia França Pontes Vieira afirmou que países como Estados Unidos, Nova Zelândia e Reino Unido também não conseguiram ainda incluir essas questões em seus levantamentos.
Além disso, foi apontado que, por exemplo, "as categorias de gênero são fluidas e de difícil definição”, não havendo consenso sobre a definição delas, "o que dificulta a operacionalização e a captação".
Para Vieira, características identitárias são um "quesito sensível que pode ser considerado invasivo e pessoal pelo respondente, podendo impactar na coleta de todas as demais informações".