Um dos maiores nomes na luta pelos direitos LGBT e contra o HIV, Larry Kramer morreu na quarta-feira 27.
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Kramer completaria 85 anos no próximo 25 de junho e não resistiu a uma pneumonia.
É impossível falar das causas LGBT e do HIV no último século nos Estados Unidos sem passar pelo nome dele.
Em 1987, Kramer fundou o Aids Coalition to Unleash Power, conhecido pela sigla ACT UP.
O grupo ficou famoso por ações e discursos agressivos junto a entidades, empresas e autoridades para denunciar a falta de tratamento e de acesso a medicamentos para combater o HIV. Por diversas vezes, Kramer foi preso junto ao grupo.
Por seu discurso por vezes violento, Kramer amealhou muitas inimizades. Ele chegou a tirar do armário o então prefeito de Nova York, Ed Koch, cobrando sua falta de ação perante à epidemia da aids.
Médico mais famoso dos Estados Unidos e espécie de Dráuzio Varella de lá em credibilidade, Antony Fauci reconheceu que Kramer foi fundamental na luta da aids. "Existem duas eras para os medicamentos: antes e depois de Larry", disse.
Apesar das conquistas, Kramer continuou lutando pelos direitos LGBT até o fim da vida.
Larry também era escritor. Sua peça mais famosa, The Normal Heart, de 1985, é um retrato autobiográfico duro sobre a crise da aids - ele também era soropositivo - e virou filme na HBO.
Dirigido por Ryan Murphy, o longa foi estrelado por Mark Ruffalo e Matt Bomer, que ganhou Globo de Ouro por sua atuação. O espetáculo ganhou Tony e o filme, o Emmy.
Larry deixa o marido, David Webster, com quem vivia há 29 anos e estava legalmente casado desde 2013.