A covid-19 fez mais uma baixa em nossa comunidade. Morreu, nesta terça-feira 23, a ativista transexual Amanda Marfree.
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Orientadora socioeducacional, Amanda trabalhava no Centro de Referência e Defesa da Diversidade (CRD), em São Paulo.
Bastante ativa nas redes sociais e nos movimentos de direitos humanos, Amanda era incansável defensora da causa LGBT, em especial, a transexual. Durante a quarentena, ela visitava mulheres trans necessitadas de auxílio.
No início de junho, Amanda foi um dos destaques de reportagem do jornal O Estado de S.Paulo que falou sobre como lideranças de várias gerações estavam lidando com a atual conjuntura sociopolítica brasileira.
"Eu sempre fui excluída de tudo. Democracia nunca foi realidade para mim. Até os 30 anos da minha vida eu não tinha noção de direito algum, muito menos cidadania", falou a ativista à reportagem.
"Em 2015, quando tive a oportunidade de retomar meus estudos, em uma versão piloto do Projeto Transcidadania, entendi que eu era uma cidadã como qualquer um, e não aquela pessoa excluída e marginalizada que a sociedade me fazia acreditar."
Amanda, que era natural de São Gonçalo (RJ) e vivia na capital paulista, tinha 35 anos e era pré-candidata a vereadora em São Paulo junto ao coletivo DiverCidade SP.
Em nota, o coletivo lamentou sua partida. "Amanda estava fazendo vários trabalhos voluntários durante a pandemia para atender pessoas que precisavam de ajuda nesse momento difícil, deixa um legado de conquistas, superação, trabalho e amor ao próximo, uma vida de serviço à comunidade LGBTQIA+, de generosidade e desprendimento, principalmente para as travestis e transexuais."
