O árbitro de futebol brasileiro Igor Benevenuto, que assumiu-se gay publicamente em julho, afirmou que a presença de homo e bissexuais nesse esporte é muito significativa.
“Dentre dirigentes, treinadores, jogadores e árbitros, entre 30% a 40% são homossexuais ou bissexuais, ou já fizeram algo em algum momento com outro homem", afirmou à revista alemã Der Spiegel.
E continuou: "As pessoas fora do mundo do futebol também percebem que existem relações homossexuais clandestinas entre jogadores de futebol ou casamentos de conveniência. Ficariam surpreendidos se soubessem quem é homossexual nesta indústria".
Igor, que é o único árbrito gay da Federação Internacional de Futebol (Fifa), disse que a decisão de se assumir deu liberdade a ele para viver de forma livre, mas o cenário para outros participantes do esporte ainda não é esse.
O profissional confessou nunca ter tido paixão pelo futebol, mas que encontrou na arbitragem forma de se sentir pertencente ao esporte e em cargo de poder, algo importante para ele se firmar.
“Ser árbitro me coloca em uma posição de poder que eu precisava. Escolhi para esconder minha sexualidade? Sim. Porém é mais do que isso. Eu me posicionei como o dono do jogo, o cara de autoridade, e isso remete automaticamente a uma figura de força, repleta de masculinidade. Eu queria ter esse comando e exigir respeito, como quem diz: 'Ei, eu estou aqui! Vocês vão ter de me engolir e respeitar”.