O homossexual não enfrenta perigo apenas de desconhecidos. A morte pode vir pelas mãos, literalmente, de familiares.
Assim foi com o jovem Alireza Fazeli-Monfared, de 20 anos, assassinado pelo próprio irmão e primos na terça-feira 4 no Irã, como "crime de honra".
Ao site Iran Wire, o namorado da vítima, Aghil Abyat, contou que naquele dia, por volta de 19h, Alireza falou com a mãe pela última vez.
Pouco depois, apareceu em sua casa seu meio-irmão dizendo que o pai queria falar com ele.
Rest in peace Alireza Fazeli Monfared. This 20-year-old beautiful soul from Iran was brutally killed by his brother & cousins for being gay as part of an honour killing.
— Masih Alinejad ?? (@AlinejadMasih) May 8, 2021
Iran's LGBTQ community is brutalised both by the regime & by bigotry in certain families#??????_?????_????? pic.twitter.com/LsWBlvSKYX
De carro, Alireza foi levado até o vilarejo de Borumi, próximo à cidade de Ahvaz, cidade com mais de 1 milhão de habitantes no sudoeste do país.
O rapaz, então, foi assassinado e decapitado pelo irmão e primos.
Segundo Aghil, os assassinos ligaram para a mãe de Alireza e disseram a ela onde achar o corpo, jogado próximo a uma árvore.
A mulher ficou em estado de choque e precisou ser hospitalizada.
Familiares de Alireza teriam cometido a brutalidade após saberem que ele foi dispensado do serviço militar por "depravações sexuais".
Esta foi a "senha" para eles descobrirem que o jovem era gay.
Alireza planejava sair do Irã e se refugiar na Turquia, junto ao namorado. Não deu tempo.
Uma associação LGBT iraniana, 6rang, criticou, em comunicado, nas redes sociais, a forma como o Exército do país lida com os dispensados.
Ao discriminarem no documento que o cidadão é homossexual, eles o deixam à margem de sofrerem preconceito em qualquer entrevista de emprego e sistema educacional ou até de serem mortos, como foi o caso.