Houve queda de 20% no número de assassinatos de pessoas trans no Brasil em 2021 em relação ao ano anterior.
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A informação está no relatório anual de mortes de transexuais e travestis feito pela ONG Antrae divulgado nesta sexta 28.
No ano passado, a entidade contabilizou 140 mortes, 35 a menos que em 2020 (175).
O Estado recordista de casos em números absolutos é São Paulo, que soma 25 (ou 17,8% do total), menos do que a proporção de sua população em relação ao Brasil (22%).
Bahia (13), Rio de Janeiro (12) e Ceará e Pernambuco (11 cada) completam os cinco primeiros. Na outra ponta da tabela estão Roraima e Tocantins, que não apresentaram nenhum caso.
As situações foram compiladas sobretudo pela mídia (83%), seguidos por relatos de testemunhas (14%) e grupos específicos (3%). A organização acredita haver muitos assassinatos não catalogados.
Dos 100 casos em que foi possível identificar a idade da vítima, 53% delas tinha entre 18 e 29 anos.
Ao todo, 81% das pessoas assassinadas eram pretas ou pardas, 18% brancas e 1% indígenas.
Dos 140 casos mapeados, 135 tratavam de mortes de travestis ou mulheres trans e cinco de homens trans.
O relatório alega não ter feito comparativo da proporção de assassinatos com o da população trans por não haver números acerca da quantidade de indivíduos do segmento no País.
Com isso, a entidade ignora estudo feito com base em dados do instituto de pesquisas Datafolha e divulgado em 2021 que afirmou, por exemplo, que o segmento binário dentro dessa identidade representa 0,69% da população nacional.
A Antra afirma que o país é líder mundial de assassinatos de pessoas trans, mas não existe tal ranking.
Tal listagem não reúne dados, por exemplo, de muitos países em que é crime ser homossexual e que possuem alto índice de intolerância à diversidade de identidade de gênero de áreas tais como África e Oriente Médio.