Candidato derrotado à prefeitura de Macapá pelo PSL, o pastor Guaracy Júnior foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de racismo qualificado contra a comunidade LGBT.
A discriminação ocorreu durante a campanha eleitoral. Após não conseguir votos suficientes para o segundo turno na capital amapaense - que ficou entre Dr. Furlan (Cidadania) e Josiel (DEM) -, o religioso afirmou que não apoiaria os dois candidatos mais votados por causa do público LGBT.
Em live em suas redes sociais, em 10 de dezembro de 2020, Guaracy afirmou, segundo o G1, que um cristão não poderia estar "ligado a esse tipo de grupo".
"Entendo que quem apoia pautas esquerdistas, pautas LGBT, pautas progressistas, não merece o apoio do povo cristão", disse em gravação feita de São Paulo, onde ele estva internado com sintomas de covid-19, à época.
"Hoje eu me deparei com essas posições, comparei a posição do candidato Josiel, que apoia as mesmas pautas, então decido não apoiar nenhum candidato que possa envergonhar o povo do Amapá com essas ideias e pautas progressistas."
"Digo, de maneira clara, não apoio nenhum tipo de discriminação social ou sexual, porém entendo que nós não podemos estar ligados como cristãos a esse tipo de grupo."
O delegado do caso, Neuton Júnior, da 5ª Delegacia de Polícia, ouviu representantes do Conselho Estadual LGBT+ e solicitou que Guaracy explicasse a fala, mas ele não compareceu à DP.
"Uma vez que, com a intenção de agradar supostos eleitores defensores da pauta conservadora, passou a promover discurso preconceituoso e discriminatório, inclusive ligando a população LGBT+, sem provas e elementos para isso, com o envolvimento com a pedofilia, que, como se sabe, é crime", justificou o delegado.