A capa do caderno de cultura da Folha de S.Paulo, neste sábado 20, não foi bem aceita por personalidades LGBT.
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Em foto grande, está o ator Mário Frias, novo secretário de Cultura do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
O título "O novo homem do presidente" acompanha a imagem de Mario, mais jovem, em pose sensual com as nádegas parcialmente expostas. A conotação gay que se faz da foto com a frase, obviamente, não foi por acaso.
Professor de Direito e militante pela causa LGBT, Renan Quinalha lamentou a "piadinha homofóbica" realizada pelo jornal.
"Homofóbicas foto e legenda da Ilustrada. Tantas críticas necessárias e urgentes a serem feitas: troca constante no comando da pasta, censura moral em editais, subfinanciamento da cuttura, falta de experiência do nomeado. Mas a Folha achou legal fazer piadinha homofóbica", escreveu.
A opinião é semelhante a do consultor empresarial de Diversidade Ricardo Sales.
"Existem motivos de sobra para criticar este desgoverno autoritário e incompetente. Mas a Folha optou por recorrer a piadinha de cunho moralista e homofóbico. A semiótica escancara a intenção", afirmou.
"Mário Frias é patético, e talvez perigoso até, pelo que representa. E isso não tem nada a ver com ter feito foto sensual no passado. Que a gente não perca a habilidade de recorrer a argumentos, sobretudo quando eles são fartos, sem precisar ceder à tentação de usar o mesmo tom dos adversários. Deixe a baixaria com os asseclas de Bolsonaro, Folha. Eles não têm nome e história a zelar, ao contrário de você."
Deputada estadual pelo Psol de São Paulo, Erika Malunguinho, que é transexual, criticou o viés moralista da abordagem.
"Triste de um povo seletivamente moralista que tenta desqualificar uma pessoa por ter saído pelado numa revista. Não regridam! Não é por isso que o tal do Frias não serve pra secretaria de cultura. Melhorem progressistas!"
Triste de um povo seletivamente moralista que tenta desqualificar uma pessoa por ter saído pelado numa revista. Não regridam! Não é por isso que o tal do Frias não serve pra secretaria de cultura. Melhorem progressistas!
— Erica Malunguinho (@malunguinho) June 20, 2020