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Professor Gui Souza quer ir para a CLDF lutar por educação e jovens

Docente, que é homossexual, também tem o Estado laico como bandeira de luta

Publicado em 19/09/2022
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Para candidato, é necessário lutar contra o fundamentalismo religioso

Prof Gui Sousa, de 34 anos, tem crenças e age por elas. Seu objetivo agora é lutar na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) por bons serviços para LGBT, emprego para jovens e educação de qualidade. 

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O integrante da Rede é gay, professor de administração no Instituto Federal de Brasília (IFB) e coordenador no DF do Evangélicos pela Diversidade. 

Caso vença, Gui promete fazer mandato próximo às pessoas. 

Conheça mais as ideias do candidato na entrevista abaixo. 

O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em direitos LGBT, mas ainda há desafios para a cidadania arco-íris. Quais suas propostas para que o Distrito Federal avance nesse campo?
O DF tem quantidade muito grande de equipamentos públicos voltados para a população LGBT. O  que é preciso ser feito para avançar é ter vigilância constante desses equipamentos porque eles são alvos de tentativas de desmonte o tempo todo.

É preciso ter recursos para equipar e ampliar o atendimento. Muitos serviços acabam não atendendo toda a demanda. No ambulatório trans, por exemplo, faltam psiquiatras, psicólogos, a equipe de saúde não é suficiente para atender a demanda, faltam medicamentos, hormônios. A política de Prep também é um outro exemplo, as filas chegam a até seis meses.

A questão de moradia também é importante. LGBT que são vítimas de violência doméstica, que são expulsos de casa precisam de abrigo. A gente tem as repúblicas LGBT. Precisamos ampliar a quantidade de vagas.

A gente tem proposta também para incluir essas pessoas vítimas de violência em programas habitacionais, para que eles tenham prioridades nesses projetos e consigam regularizar e ter acesso a moradia adequada e em prazo menor de tempo.

Terceiro ponto que a gente fala na questão da causa LGBT é o combate ao fundamentalismo religioso, a discussão da diversidade sexual dentro da questão da fé.

Professar a fé é um direito e ele é negado a muitos em várias religiões e igrejas. Eu tenho um trabalho há anos - o Evangélicos pela Diversidade - em que a gente faz esse debate a partir da perspectiva teológica.

Produzimos materiais, eventos, palestras para tirar essas pessoas desses lugares que não são seguros, nos quais elas sofrem todo de tipo de violência, e dar pra elas recursos para que consigam exercer a fé em ambientes acolhedores.

Fora a questão LGBT, quais seus projetos para a população brasileira em geral?
Nossas principais pautas são a educação e a juventude. Eu sou professor há nove anos e a gente vem fazendo essa defesa da educação de forma ampla - desde educação infantil, básica, EJA, profissional e tecnológica e superior - incluindo tudo que é considerado para você ter uma educação de qualidade.

Aí estão valorização dos profissionais, capacitação e formação continuada, escolas bem equipadas que conseguem dar esse apoio ao aluno, investimento em apoio pedagógico e psicológico, fortalecer esse trabalho que evita evasão e lida com muitos problemas sociais, tais como violência doméstica.

É preciso também ampliar a oferta dos ensinos técnico e superior, que não são o suficiente para a demanda. 

Especificamente para a juventude, a gente tem propostas voltadas para inclusão no mercado de trabalho e a valorização do empreendedorismo, o que vai desde startups dirigidas por jovens a empresas juniores.

Queremos fortalecimento desde a parte de educação até subsídios de micro-créditos e de programas governamentais para aquecer a economia.

Temos também propostas para descentralizar o lazer, a cultura e o esporte do Plano Piloto e trazer para as cidades-satélites. A concentração é no Plano Piloto, mas a juventudade não mora lá, então, ela não tem acesso porque é longe, o transporte público é ruim. O que existe próximo à casa dessas pessoas não é adequado, acaba não tendo poder de atração.

Em que seu mandato vai se diferenciar em relação ao que se tem na política atualmente?
Eu acho que a política atual perdeu o contato com a base, com as pessoas, deixou de ouvi-las para atender as necessidades delas.

Então, uma das propostas que a gente tem é de manter esse diálogo, esse canal aberto para conversar com as pessoas, para entender as necessidades, para pensar em política pública a partir da perspectiva do usuário, de quem precisa dessas políticas.

Além disso, a gente faz combate ao fundamentalismo religioso. Eu sou evangélico progressista e a gente debate sobre o quanto o fundamentalismo tem sido prejudicial para as instituições democráticas.

É preciso falar da defesa do Estado laico, do combater ao racismo religioso, de fazer frente a diversos problemas vindos do fundamentalismo religioso. Essa é proposição da nossa candidatura.

Essa entrevista faz parte de série do Guia Gay Brasília com candidaturas de pessoas LGBT. O objetivo é dar visibilidade as suas propostas de forma a colaborar com a decisão do segmento arco-íris e simpatizantes na hora do voto.


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