Vítima de racismo, goleiro Aranha faz comentário homofóbico

Após partida pela Ponte Preta, atleta disse que seu peso só não está de acordo com jornalistas gays que querem abdomens sarados

Publicado em 23/04/2017
Goleiro Aranha, da Ponte Preta, fala sobre jornalistas gays em declaração considerada homofóbica
Aranha foi criticado por fala a respeito de jornalistas após partida contra o Palmeiras

O goleiro Aranha, da Ponte Preta (clube da cidade de Campinas, SP), fez declaração homofóbica ao ser questionado sobre sua forma física.

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Em entrevista a repórteres após seu time vencer o Palmeiras pelo Campeonato Paulista, no sábado 22, o atleta foi perguntado se fazia na Ponte Preta uma preparação diferente da realizada em outros clubes pelos quais passou.

Aranha que tem sido criticado a respeito do seu peso, que estaria fora dos padrões por críticos de futebol, e deu uma resposta bastante infeliz sobre a homossexualidade.

"Não. Tenho treinado, tenho treinado", disse o goleiro. "É que às vezes tem cara, tem jornalista, que gosta de homem, gosta de homem sarado, gosta de cara que tira a camisa, fica mostrando o abdômen."

"Respeito a opção sexual [sic] de cada repórter, mas estou tranquilo. Estive aqui no Palmeiras, o Palmeiras tem um setor de fisiologia ótimo, sempre estive dentro dos padrões, não sou nenhum garoto, mas sempre tive dentro do padrão limite, aceitável para a prática do futebol, tanto que passei sete anos praticamente em time grande", respondeu.

Os comentaristas do programa Troca de Passes, do canal a cabo SporTV, criticaram a declaração de Aranha ao mostrarem a entrevista. "Ele tem sido questionado sobre o peso e essa é a resposta irritada dele", disse o jornalista Marcelo Barreto. 

"Ele tem uma visão deturpada do que é o homossexual, do comportamento do homem homossexual. Não pegou bem a declaração do Aranha, foi mal, foi infeliz. Vai ter tempo de se desculpar, acho que depois de esfriar a cabeça ele pode consertar isso, mas sai mal do jogo da classificação da Ponte."

Outro comentarista do programada, Tiago Maranhão, concordou: "Ele, que foi porta-voz, pivô, de uma luta que a gente defende tanto que é tão difícil e dolorida, contra o racismo no futebol, deu uma declaração bastante infeliz (...) Poderia não ter usado essa comparação." A entrevista e o debate sobre a fala do goleiro no programa você assiste clicando aqui.

O racismo apontado por Maranhão foi a respeito de um episódio vivido pelo atleta em 2014. Em partida contra o Grêmio, Aranha, então defendendo o Santos, foi chamado de "preto fedido" e "macaco" por alguns torcedores atrás do gol, em especial, uma mulher pega pelas câmeras pronunciano claramente as sílabas do insulto. 

 


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