Por Marcio Claesen
"Às vezes, a descoberta mais assustadora é quem você realmente é", diz o pôster brasileiro do filme Thelma, que estreia na cidade nesta quinta-feira 30.
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A frase acima resvala em questão de identidade, mas também de mistério e pavor. Tudo isso faz sentido no longa de Joachim Trier, que fala de uma garota interiorana que se muda para Oslo, capital norueguesa, para estudar.
Ela descobre melhor a si mesma, mas é o espectador quem não cessa de se deparar com novos acontecimentos neste longa. Confira 5 motivos para não perdê-lo:
1. Passeio por gêneros
Uma garota que se assume lésbica e precisa lidar com os pais conservadores renderia um bom drama, talvez uma comédia dramática para tornar as coisas mais leves, certo? Errado! Desde o início você percebe que há mais camadas do que isso no filme, com um toque de suspense desconcertante. O terror não demora a aparecer. O sobrenatural também. É difícil, afinal, encaixá-lo em uma só categoria, e isso não é nem de longe um defeito.
2. As interpretações
Eili Harboe, que vive Thelma, tinha pouca experiência nas telas até encarar esse desafio. Além de bonita e com aquele ar de menina tímida e deslocada que a personagem pede, a atriz mostra que é capaz de segurar um papel complicado. Os atores que fazem seus pais, Ellen Dorrit Petersen e Henrik Rafaelsen, são ótimos.
3. A sedução
Esta vai, em especial, para as meninas e também para os meninos bi: a química entre Eili e Kaya Wilkins, que vive Anja (o objeto de desejo da protagonista), funciona. Sai faísca em um mero toque entre elas. O casal fica lindo e sexy junto, mesmo naquele clima tão excêntrico.
4. A religião
A criação de Thelma em um lar castrador deixa explícito como uma crença pode minar sua verdadeira identidade. Mas, calma, isso não explica todo o processo pelo qual passa a mocinha. Ou explica? Sem spoilers aqui.
5. Pré-indicação ao Oscar
Thelma foi escolhido pela Noruega como o seu representante ao Oscar 2018 para a categoria de filme estrangeiro. E isso não é pouca coisa. Só em janeiro saberemos os cinco escolhidos pela Academia para disputar o prêmio, mas seria lindo ver um longa com a bandeira arco-íris nesta seleção internacional.
Complexo e misterioso, Thelma não é filme para ficar trocando beijinho com o/a namorado/a no cinema, mas é bom ter aquela mãozinha do lado para segurar nos momentos de tensão, porque algumas cenas vão pedir e muito. Confira o trailer: