Uma escola de samba carioca vai inovar na avenida no Carnaval 2019.
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A Acadêmicos do Sossego estreia no Grupo A (também conhecido como grupo de acesso) com um homem como porta-bandeira.
Anderson Morango, de 38 anos, está há 20 anos no carnaval e começou como assistente do casal principal de mestre-sala e porta-bandeira da Mangueira, na época, Marquinhos e Giovanna.
"Cuidava de tudo para eles: da roupa à maquiagem, ensaios, água, enfim, toda a estrutura. Mas eu sempre quis participar efetivamente do desfile, valendo pontos. E acabei virando mestre-sala", contou Morango ao UOL.
Entre 2010 e 2016, Morango foi mestre-sala em diversas escolas dos grupos de base do Rio de Janeiro.
No bloco Embalo do Engenho Novo, Morango assumiu o pavilhão e prometeu ao presidente que desfilaria como porta-bandeira quando o bloco virasse escola.
Isso aconteceu em 2016 anos quando a Embalo desfilou pelo Grupo E. "Entrei com muito medo de ser vaiado, mas a avenida veio abaixo de tantos aplausos", disse Morango, que saiu como segunda porta-bandeira.
Naquele ano, Morango conheceu o presidente da Sossego, Wallace Palhares, e se tornaram amigos.
Em 2019, como um dos temas do enredo da escola é combate à intolerância, Palhares achou a ocasião perfeita para quebrar paradigmas.
Morango foi apresentado como porta-bandeira da agremiação no dia 18 e foi ovacionado.
"Eu tinha receio da reação da velha guarda e das baianas, mas todos me incentivaram e, inclusive, me contaram histórias de Rai, um homem que dançava de porta-bandeira no Carnaval de Niterói. A quadra vibrou comigo. Quem pensou que era só uma bicha querendo aparecer, viu que eu sei dançar, e muito bem."
A escola será a última a desfilar na Marquês de Sapucaí na sexta-feira 1º de março.