A relação entre os descartes de materiais e de corpos é o fio condutor dos novos trabalhos da artista travesti Guma Joana.
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Formada bailarina e com passagens por companhias como a Cisne Negro, Guma apresenta, entre 17 e 22 de junho, às 20h, a performance (r)e_c0L3t4: C40S P4R4D0XAL.
A obra faz paralelo entre a taxa de violência contra a população de transgêneros no País e a posição do Brasil de quarto maior produtor de lixo do mundo e péssimo exemplo de descarte de material.
"Fica explícita a negação das pessoas com materiais/corpos que fazem parte da sociedade e do mundo tanto quanto elas mesmas", afirma a artista.
Já entre 2 e 4 de julho, também às 20h, será exibida D3SD1T4 #02, performance que conta com oito pessoas trans que desfilam vestindo cerca de 30 peças criadas por Guma a partir de materiais recicláveis e designs não-convencionais
"A proposta dessa obra é criar um lugar imagético de levar essas corpas marginalizadas para um outro patamar, criando um novo imagético de representatividade", diz Guma.
Neste trabalho, toda a equipe técnica, da direção à maquiagem, também é composta por pessoas trans. "Não acredito que o projeto defenderia verdadeiramente a diversidade se não fossem pessoas trans que estivessem cumprindo os papéis técnicos, frequentemente oferecidos a pessoas cis", complementa.
Participam deste evento Audre Werneck, Bárbara Britto, Guma Joana, Kala Maria, Lua Negra, Maria Demônia, Okofá e Pedrx Galiza. Belleza e cabelo por Sasá Ferreira, direção de fotografia por Sladká Meduza e assistência de hiperlinque por Berro Rrobe.
Ambas as performances poderão ser vistas no canal do Youtube da Movicena Produções.
Guma e a equipe criativa do projeto também realizarão lives, entre 27 de junho e 1º de julho, às 21h, na para falar sobre representatividade trans no mercado de trabalho, no Instagram @movicena_producoes.