Daniela Mercury fez protesto nesta quarta-feira 22 durante show que comemorou os 70 anos do Museu de Arte de São Paulo, o Masp, mais importante museu da América Latina.
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A baiana subiu ao palco com os seios de fora e pintados pelo conterrâneo Iuri Sarmento. A atitude foi por causa de recentes manifestações que ocorreram contra o museu por causa de uma exposição que tem foco na sexualidade.
"Meu corpo está a serviço da arte. Meu corpo é arte, é expressão", escreveu a diva em suas redes sociais após a apresentação. "As nossas vergonhas nunca foram um corpo sem roupa. Os nossos pecados são a violência e o autoritarismo. Vamos celebrar sem medo a liberdade tão arduamente conquistada por nós e por todos que vieram antes."
"Não há prisão para a imaginação. Podem fechar os olhos, tapar os ouvidos e ainda assim a arte estará dando sentido à vida. As galerias são a nossa garganta, as telas são nosso corpo. O teatro são as ruas e qualquer lugar que acolha nossa ficção cotidiana e a nossa invenção individual e coletiva. Ninguém prende artista, nem dentro, nem fora de si. Proibir a arte é proibir a vida, é proibir a existência do homem", escreveu a cantora que colocou ainda nas hashtags expressões como "nua no museu" e "censura nunca mais".
O Masp foi palco fundamental na transformação da carreira de Daniela. Foi no vão livre do museu, em show na hora do almoço, em um dia de semana, em 1992, que a cantora arrastou milhares e chamou atenção da mídia nacional - até então, ela já era um grande nome na Bahia. A artista parou a Avenida Paulista e a euforia do público foi tão grande que os diretores do museu temeram que a estrututra do local fosse prejudicada. A partir dali, shows no espaço foram proibidos.