Gay assumido, o diretor de Me Chame pelo Seu Nome, Luca Guadagnino, defendeu que atores heterossexuais possam interpretar personagens homossexuais.
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Nos últimos anos, tem sido comum ouvir de parte da militância LGBT a tentativa de impor censura à arte ao querer determinar que tipo de profissional pode fazer determinado trabalho.
"Eu li muito sobre Freud para levar a sério esse tipo de crítica", disse o cineasta ao jornal The Independent. "O que significa que honestamente eu não tenho direito de decidir se um ator é hétero ou não."
"Quem sou eu para saber o que alguém pensa de si mesmo dentro de si. Sim, Armie é um homem heterossexual com mulher e filhos e o mesmo pode ser dito de Timothée. Mas devo pedir-lhes que jurem por sua sexualidade, por suas identidades, por seus desejos, antes de eu os escalar? Eu não!"
Armie Hammer e Timothée Chalamet protagonizaram o longa, que se tornou um novos clássicos do cinema gay, em 2017.
Para Guadagnino, é "absurdo" a noção de escalar atores com as mesmas experiências vividas pelo personagem, até porque nenhum gay é igual a outro gay.
"E as identidades dos homens gays são tão múltiplas quanto as flores no reino da terra. Portanto, não existe uma identidade gay. Uma pessoa que é gay é completamente diferente de outra que é gay."
"Então, se eu tiver que ser preciso nesse tipo de observação maçante, eu poderia elencar Oliver, mas Oliver não existe. Ele é uma criatura de André Aciman [autor do livro em que se baseia o roteiro do longa]. Voltamos ao último ponto que quero destacar, que é que a beleza de atuar é a possibilidade da criação e incorporação de novos seres por meio da arte de atuar."