Intérprete de uma transexual no longa Lola Pater, Fanny Ardantcomentou sobre o mercado de trabalho para transgêneros e possibilidade de vivenciar qualquer papel.
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"Para mim, seria interessante ter atores transexuais o suficiente para que eles pudessem interpretar outros personagens além dos transexuais", disse a francesa ao site Adoro Cinema, quando questionada sobre a exigência da militância para que transexuais interpretem papéis trans.
"Devemos pedir que interpretem a gerente de um banco, a diretora de uma escola porque, para mim, pedir que encarnem apenas transexuais seria restritivo demais", continuou. "Da mesma forma, acho burrice criticar uma heterossexual como eu por interpretar uma transexual. Já fui Medeia, mas nem por isso matei os meus filhos. É isso o que significa interpretar."
No filme, dirigido por Nadir Moknèche e que estreou no País nesta semana, Ardant vive uma mulher trans argelina que reencontra o filho após muitos anos e luta para ser aceita com sua identidade de gênero feminina pelo rapaz.
A atriz disse que não fez nenhum laboratório para entender a personagem. "Nunca fiz parte desta escola americana que diz que, para interpretar uma garçonete, é preciso fazer estágio em um bar", contou. "Mas, ao mesmo tempo, Nadir Moknèche, o diretor, conhece muito bem o mundo das transexuais."
"Ele me mostrou apenas uma foto como referência e eu gostei muito porque a imagem fugia completamente aos clichês que costumamos atribuir às transexuais. Era o retrato de uma mulher doce, loira, que poderia ser uma professora de piano. Não tinha nada agressivamente sexual na imagem dela, e isso me agradou muito."