O curta-metragem Cura-me, de Eduardo Varandas Araruna, disputa o Human Rights Film Festival Brazil 2020.
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A produção paraibana gira em torno do jovem Mateus (Micaell Woglle) que busca apoio da psicóloga Heleonora (Ingrid Trigueiro) para tentar deixar de ser homossexual.
"Terrivelmente evangélica", como ela mesma se define, a profissional de voz doce e maneiras educadas submete o jovem a práticas terríveis para curá-lo da "doença" do "homossexualismo".
Filho de pastores, Mateus recebe indicação para cortar laços com o colega de faculdade que ele ama e com a amiga e vizinha que lhe aceita como ele é.
A psicóloga também lhe prescreve antidepressivos falsificando receitas - já que apenas psiquiatras podem receitar medicamentos - e chega a promover sessão de exorcismo.
O rapaz, que chegou angustiado ao consultório da mulher, tempos depois está muito pior: transtornado, sem dormir, sem ninguém com quem contar e pensando em tirar a própria vida.
Com poucos recursos - apenas um cenário é utilizado - o filme tem excelentes atuações dos dois atores e retrata uma prática ainda comum em muitas partes do País e do mundo.
Vale uma ressalva: a produção poderia indicar no encerramento que o Brasil é um únicos cinco países que pune a "cura gay" - os outros são Alemanha, Equador, Malta e Albânia.
Desde 1999, o Conselho Federal de Psicologia não permite que seus profissionais pratiquem terapia de "reversão sexual".
O filme compete com curtas de países como Canadá, Venezuela e Coreia do Sul e pode ser assistido (o nome em inglês é 'Heal Me') até o próximo dia 17 na plataforma do festival clicando aqui.
O evento tem apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), Unesco, Save the Children e Unaids e tem objetivo de premiar produções que audiovisuais que colaborem na luta pela proteção dos direitos humanos.