O maior medo de atores e atrizes saírem do armário é de não serem mais chamados para fazer galãs e mocinhas em novelas. Segundo uma produtora da TV Globo, deve-se continuar temendo por isso mesmo.
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Ouvida anonimamente pelo site Notícias da TV, a produtora afirma que a emissora é bastante aberta aos homossexuais, mas que a questão é a não-aceitação do público.
"Eu não vejo, pelo menos nos próximos anos, a escalação de um homossexual assumido para fazer o galã ou a mocinha", disse a produtora.
"E não é por uma questão de preconceito interno da Globo, porque a emissora é bastante inclusiva, mas pela aceitação do público."
Para a profissional, o público ainda confunde vida real com ficção. As redes sociais também ajudariam, segundo ela, a expor momentos pessoas dos atores.
"Se a Nanda Costa publica várias fotos com a Lan Lanh, e é um direito dela compartilhar sua felicidade, os seguidores vão ser lembrados o tempo todo de que ela está em uma relação homossexual", diz.
Este ano, o ator Hugo Bonemer, que se assumiu gay, disse que foi aconselhado por produtores de elenco a não se assumir para não perder trabalhos.
"Eu sei que produtores gostam de meu trabalho. Mas não está claro como esse mercado vai ficar para mim", disse Bonemer, à época. "Não vão deixar oficialmente de trabalhar comigo por esse motivo, mas talvez aconteça um afastamente gradativo."
Nos Estados Unidos, essa barreira já foi quebrada. Assim como os beijos gays em novelas e séries chegaram muito antes do que na TV brasileira, lá, a estigmatização de atores homossexuais também deu-se por terra.
Atores assumidos como Neil Patrick Harris, Matt Bomer e Portia de Rossi, interpretaram inúmeros heterossexuais em papéis de destaque na TV.