A 65ª edição do Grammy, realizada na noite do domingo 5, em Los Angeles, Estados Unidos, foi repleta de surpresas e teve artistas LGBT dentre os premiados.
Sam Smith e Kim Petras tornaram-se os primeiros artistas trans não-binário e trans binário, respectivamente, a ganhar uma estatueta. Smith já coleciona outros gramofones dourados recebidos quando se identificava como gay.
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O feito foi conquistado por Unholy, que venceu a categoria de melhor performance de dupla ou grupo de pop.
No agradecimento, Kim lembrou-se da cantora Sophie, sua amiga, morta em um acidente em 2021, aos 34 anos. Sophie foi a primeira trans binária indicada ao Grammy - ela concorreu a melhor álbum de dance/eletrônico por Oil of Every Pearl's Un-Insides, em 2019.
Kim também dedicou o prêmio à sua mãe e a Madonna, destacando que a rainha do pop sempre foi uma aliada da comunidade LGBT. "Eu não poderia estar aqui sem a Madonna", frisou.
"Sam [Smith] graciously wanted me to accept this award, because I'm the first transgender woman to win this award." Watch Kim Petras' acceptance speech from the #Grammys: pic.twitter.com/jQ52Sq0t6f
— Variety (@Variety) February 6, 2023
Foi a mesma Madonna que pouco depois apresentou o show de Kim e Sam no palco.
Kim Petras e Sam Smith apresentaram a faixa "Unholy" no #GRAMMYs 2023. pic.twitter.com/c9mMYaIHiw
— Kim Petras Brasil (@kimpetrasbrasil) February 6, 2023
A dupla britânica Wet Leg venceu duas categorias - melhor álbum de música alternativa (pelo disco homônimo), e melhor performance de música alternativa (Chaise Longue).
Wet Leg é formado por Rhian Teasdale e Hester Chambers. As duas se conheceram no colégio, formaram a banda anos depois e com o tempo perceberam-se apaixonadas uma pela outra. Hoje elas são casadas.
A também lésbica Brandi Carlisle levou três estatuetas para casa. A artista de 41 anos ganhou como melhor performance de rock e melhor canção de rock (ambas por Broken Horses) e melhor álbum do gênero americana (por In These Silent Days).
O cantor bissexual Steve Lacy faturou a categoria de melhor álbum de R&B progressivo (por Gemini Rights).
Tanto ele quanto Brandi se apresentaram na cerimônia e concorriam nas principais categorias do prêmio - Steve disputou melhor canção e melhor gravação (por Bad Habit) e a roqueira, melhor gravação (You and Me on the Rock) e álbum do ano (In These Silent Days).
Divas do pop
Beyoncé era a artista mais indicada (nove) e foi a mais premiada (quatro). Ainda assim, ela perdeu nas três principais categorias (álbum, canção e gravação).
Ao agradecer o prêmio de melhor álbum de dance/eletrônico por Renaissance, a cantora lembrou-se de seu tio Johnny, gay assumido, vítima da aids. E encerrou: "Eu gostaria de agradecer à comunidade gay pelo seu amor, por inventar o gênero. Deus abençoe vocês."
Com 32 troféus ao todo na carreira, Beyoncé se tornou a artista que mais venceu o Grammy.
Beyoncé gives acceptance speech at the #Grammys for Renaissance: "I'd like to thank the queer community for your love and for inventing the genre." pic.twitter.com/t6t4Jk5r7x
— philip lewis (@Phil_Lewis_) February 6, 2023
Anitta foi posicionada em lugar de destaque na plateia - em mesa próxima a Taylor Swift - e era a favorita dos críticos e mesas de apostas para vencer como melhor revelação - o prêmio que completa os quatro principais da noite.
Para desgosto da imensa torcida de LGBT - famosos e anônimos - nas redes sociais, a brasileira perdeu para a cantora de jazz Samara Joy. Nesta categoria também eram indicadas a dupla Wet Leg e o cantor assumidamente gay Omar Apollo.
Outra grande surpresa foi a vitória da veterana Bonnie Rait como melhor canção (por Just Like That). Lizzo venceu como melhor gravação (por About Damn Time) e Harry Styles como melhor álbum (Harry's House).
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