Tudo está correndo bem para Marina Vidal (Daniela Vega). Ela trabalha como garçonete de dia, canta em bares à noite e está morando com o namorado, Orlando (Francisco Reyes).
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Assim que o homem morre, no entanto, a mulher vê sua vida entrar em uma espiral de solidão, dor e discriminação. Afinal, Marina é transexual e isso fará toda a diferença nesse momento.
Em A Mulher Fantástica, que estreia nesta quinta-feira 7 na cidade, o diretor Sebastián Lelio fala de transfobia a partir da situação mais dolorosa que se pode haver: a perda da pessoa que você mais ama na vida.
A chave do carro, a entrega do apartamento, a presença no velório... Em meio a situações burocráticas ou difíceis, Marina se vê pressionada, acuada e desrespeitada por causa de sua identidade de gênero.
Lelio não promove a catarse. O diretor faz sua protagonista enfrentar os obstáculos com resignação e obstinação e concentra todo o processo interno pelo qual a personagem passa no rosto de Daniela.
E a atriz corresponde. Em contraste com o agito de Santiago, capital do Chile, com seus pontos turísticos e avenidas lotadas, sua Marina está destruída por dentro e nos comove em sua saga para se recompor e manter sua dignidade.
O longa faturou os prêmios de roteiro e Teddy (de melhor produção com temática LGBT), além de menção honrosa do júri ecumênico no Festival de Berlim 2017.
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