Bastante criticada, Segundo Sol deu um alívio momentâneo ao menos para o público LGBT em seu último capítulo.
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No final da trama, exibido na sexta-feira 9, Groa (André Dias) aparece dando um grande beijo em um rapaz com quem estava se relacionando.
A cena foi exibida com naturalidade em meio a uma festa promovida por Beto Falcão (Emílio Dantas) em frente a sua casa.
Durante os seis meses da novela, o personagem, que, claramente era homossexual, não teve história para chamar de sua.
À certa altura, Groa passou a tomar conta de um terreiro de candomblé, que jamais teve importância na novela. Em cerca de 99% do tempo, o finlandês aparecia como "orelha" de Luzia (Giovanna Antonelli) - orelha é um jargão televisivo para definir personagens que servem para escutar o drama de outro.
O papel foi escrito para André Frateschi, que deixou o elenco semanas antes da novela estrear já que além de atuar, ele também tinha compromissos como cantor. Sem dúvida, o ator fez a coisa certa.
O casal lésbico ficou junto. Após uma semana (que no folhetim foram meses), o trisal formado por Maura (Nanda Costa), Selma (Carol Fazu) e Ionan (Armando Babaioff) se desfez.
O policial disse ter se sentido excluído e ter percebido que elas se completam. Um alívio, já que a "cura gay" é recorrente nas tramas de João Emanuel Carneiro.
O modo como o autor trata a bissexualidade em suas tramas, de forma enviezada, desfavorece a compreensão tanto da bi como da homossexualidade.
Em A Favorita (2008), Orlandinho (Iran Malfitano) deixou de ser gay após se apaixonar por Céu (Deborah Secco). Em Avenida Brasil (2012), Roni (Daniel Rocha) topou uma relação a três com Leandro (Thiago Martins) e Suelen (Isis Valverde). Em A Regra do Jogo (2015), Duda (Giselle Batista) traia a namorada, Úrsula (Júlia Rabello), com o cunhado, Vavá (Marcello Novaes).
A impressão é que casais de gays e lésbicas jamais podiam ser felizes nas novelas de Carneiro. Desta vez, ao menos, o amor homossexual venceu.