A sitcom Vai que Cola passa por momento conturbado com denúncias de assédio moral após a demissão de André Gabeh.
O escritor, que ficou famoso por participar da primeira edição do Big Brother Brasil, perdeu o emprego como um dos roteiristas da série, no início do mês, supostamente a pedido do elenco.
Os roteiristas do programa, então, divulgaram uma carta, em conjunto, denunciando violência psicológica e apoio a Gabeh ressaltando que ele é "gay, preto e periférico", o elo mais fraco.
Um dos profissionais pediu demissão por não aguentar mais assédio moral. Eles afirmam que Gabeh sofria "perseguição" e "implicância" do elenco.
Em um desabafo em sua página no Facebook, Gabeh afirmou que nunca escreveu nada em tom militante ou político para a sitcom e que o Multishow, que exibe a atração, já orienta a equipe a não tratar desses temas.
"Me sinto até honrado por acharem que me demitiram por eu tentar levar reflexão aos textos do programa, mas não tinha esse poder e só queria fazer meu trabalho da melhor maneira possível", escreveu.
Ele agradeceu aos roteiristas por terem se posicionado a seu favor de forma "profissional e objetiva" e ressaltou que eles estão lutando "por direitos, por respeito, por valorização e reconhecimento".
A Associação Brasileira de Autores Roteiristas (Abra) também se manifestou a favor dos profissionais.
Os casos de violência psicológica teriam começado com críticas dos atores aos textos e depois se espalharam para um ambiente hostil.
O roteirista Daniel Porto, que pediu demissão, disse em sua conta no Linkedin que todos os atores "tinham comportamento tóxico, em maior ou menor grau" com os roteiristas.
Ele também reclamou do salário afirmando que um roteirista ganha entre R$ 5 mil e R$ 6 mil por mês para escrever 10 episódios do programa e não recebem nada pelas infinitas reprises. Já o redator final, caso de Porto, recebe R$ 5 mil por episódio.
Vai que Cola estreou em agosto de 2013 e sua 11ª temporada está confirmada.
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