Intérprete de um papel controverso em Império, Paulo Betti contou que há pessoas que pensam até hoje que ele é gay.
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Parte da "responsabilidade" é do próprio ator. Quando Téo Pereira, seu personagem, foi preso, ele conta que colocou um "caco" (fala que não estava no roteiro).
Na cadeia, o policial pergunta ao personagem se tem muito ator gay na televisão e Paulo inventou na hora: "Sabe quem é gay? O Paulo Betti!"
"Tem gente que não acredita que eu não sou gay", afirma o ator, que é casado com a atriz Dadá Coelho, para a Folha de S.Paulo.
"Para a Dadá também, sempre falam: Ele é gay, não é possível! . Mas, é isso, nós temos os personagens na gente", diz.
A novela escrita por Aguinaldo Silva foi exibida entre 2014 e 2015 e está sendo reprisada atualmente pela TV Globo.
À época, muitos gays criticaram o personagem, que parecia estereotipado demais.
"Ele teve muitas resistências quando começou a aparecer", lembra. "Houve logo uma reação de alguns blogs que diziam que era muito caricato, que poderia prestar um desserviço à causa LGBT. No primeiro momento, fiquei pensando: será que estou dando tiro no pé? Jamais desejaria fazer algo que fosse negativo."
O ator recebeu ligação de um primo gay, do interior de São Paulo, que elogiou sua composição e isso ajudou a eliminar suas preocupações.
Nas ruas, a reação do público também foi positiva, segundo ele, e se repete agora em 2021.
"Quando eu passo, as pessoas gritam 'cu-ru-zes' , que é o bordão do personagem. São geralmente homens. Eles querem abrir uma comunicação comigo, fazer um contato, tirar sarro... As pessoas pedem para eu falar o bordão, é bom."