Clodovil assediou câmera e pediu sua demissão após ouvir 'não'

Apresentador tratava todos de maneira cruel, revelou a jornalista Rosana Hermann

Publicado em 28/01/2019
Clodovil assediava câmera na TV, diz jornalista
Clodovil, segundo Rosana Hermann, era viciado em bingo e não pagava funcionários 

Morto em 2009 após um acidente vascular cerebral (AVC), Clodovil teve algumas passagens de sua vida reveladas pela jornalista Rosana Hermann.

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Em sua conta no Twitter, Rosana contou que trabalhou diversas vezes com o ex-apresentador em várias emissoras de TV, tais como Band, Manchete e Rede Mulher.

"Vocês não têm a menor ideia de quem era Clodovil. Trabalhei anos com ele, frequentei a casa dele em São Paulo e em Ubatuba [litoral norte de São Paulo]. Vocês falam sem saber, sem conviver. Idolatram uma fantasia 'as seen on TV", escreveu a jornalista.

Rosana não fez referência explícita à saída da política do deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ), mas foi muito comum ler nas redes sociais, na semana passada, comentários de pessoas louvando Clodovil como um modelo de homossexual a ser seguido, diferentemente de Wyllys. 

Uma das passagens mais lamentáveis sobre Clodovil revelada pela jornalista foi um episódio que envolveu um câmera no programa que o apresentador trabalhava na Band.

"Até que vi algo que acabou comigo", relata Rosana, que integrava a equipe da atração. "Clodovil com seu bom gosto (verdade) mandou fazer uniformes especiais para a equipe técnica. Ele cismou com um câmera (não vou dizer o nome) e ficava cantando o cara no estúdio, na frente de todo mundo."

"O cara quietão, na dele, respeitava, não falava nada. Mas o assédio foi aumentando, aumentando. E o cara disse 'não' para o apresentador. Que fez o quê? Pediu a cabeça do câmera que foi demitido. Casado, com três filhos, perdeu o emprego porque disse 'não' para os assédios do apresentador."

Rosana também conta que Clodoviu era cruel com todos "especialmente as pessoas mais simples", que ele gritava e humilhava pessoas da produção, "fazia gente chorar".

"Clodovil destratava todo mundo, fora do ar e no ar. Ele achava que era superior a todos, não era legal com ninguém", lembra a jornalista.

Rosana ainda relata que o apresentador não pagou, por 30 anos os direitos trabalhistas de sua assessora. Quando ela descobriu, o processou e ele precisou vendeu um atelier luxuoso que possuía na região dos Jardins, em São Paulo, para pagar o que a Justiça determinou.

Clodovil, segundo Rosana, era viciado em bingo e perdia todo seu dinheiro no jogo. Inclusive o salário de seus funcionários. Ciente disso, o dono da Rede Mulher, pegava uma parte do seu salário antes de passá-lo ao apresentador para que as pessoas que trabalhavam com ele não passassem fome.

Clodovil foi um dos maiores estilistas brasileiros e, por décadas, apresentou programas na TV em várias emissoras. Seu gênio difícil, segundo sempre se relatou na imprensa, e sua língua ferina, o fazia ser demitido e processado. Quando morreu, Clodovil cumpria, em Brasília, mandato como deputado federal por São Paulo após se eleger pelo PTC e depois ir para o PR.

Rosana tem uma longa trajetória como roteirista e apresentadora. Ela foi redatora de programas, tais como como Pânico na TV (Rede TV!), Sai de Baixo e Domingão do Faustão (ambos na Globo), Glub-Glub e X-Tudo (ambos da TV Cultura/São Paulo) e Programa do Porchat (RecordTV).


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