Gretchen elogiou declaração do papa Francisco sobre união civil homossexual e criticou ação da Advocacia-Geral da União (AGU) que questiona decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre criminalização da homofobia e da transfobia.
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"As declarações do papa Francisco, feitas na semana passada, chegaram como um bálsamo ao meu coração de mãe. Alegraram minha alma", elogiou a cantora em artigo para o jornal O Liberal, do Pará.
"Não precisamos de autorização para sermos quem somos, mas as recentes palavras do líder católico devem servir para iluminar mentes que ainda hoje vivem sob o signo do obscurantismo."
Na semana passada, repercutiu declaração de Francisco pedindo legalização da união de gays e lésbicas em documentário que estreou na Itália.
Ela continuou: "O que me entristece é que, enquanto o papa Francisco nos traz uma mensagem de tolerância afirmando que todos os filhos de Deus têm direito à família, a Advocacia Geral da União parece querer tomar o rumo da escuridão, pedindo a suspensão da decisão do Supremo que coloca a homofobia no mesmo patamar do crime de racismo."
"Por quê? No país onde homossexuais e transexuais são vítimas de violência todos os dias, qual o sentido de um movimento nesse sentido? Penso que só a ignorância pode explicar tal tentativa."
Há 10 dias, a AGU entrou com recurso no STF para esclarecer o alcance da decisão de 2019 do próprio STF que determinou que discriminação contra pessoas LGBT sejam enquadrada na Lei do Racismo.
O órgão afirmou querer saber se a decisão interfere na liberdade religiosa, algo que já foi esclarecido pelo STF na mesma decisão.
No artigo, Gretchen também falou sobre ter se tornado mais tolerante ao se descobrir mãe de uma pessoa transexual [Thammy Miranda].
"A minha experiência com meu filho Thammy foi decisiva para que eu me tornasse o ser humano que sou hoje. E me orgulho disso. Hoje, sou mais tolerante. Busco respeitar e compreender o outro", escreveu.
"Queria que todas as mães que têm essa experiência pudessem sentir o que sinto. Queria que elas se sentissem abraçadas por mim. O mundo pode sim ser melhor se formos mais tolerantes com o outro, se procurarmos ser mais empáticos."
"Ser mãe de um filho trans é aprender a verdadeira definição do que é respeito. É vivenciar uma experiência única de aceitação do ser humano como ele realmente é. Ser mãe de trans é um presente de Deus."
