Jornalista revela que foi discriminado por ser gay e negro

Americano Don Champion resolveu abordar o assunto para ajudá-lo no processo de superação do episódio

Publicado em 04/02/2021
dom champion journalist gay
Champion foi repórter freelancer para a afiliada da rede em Nova York, a WCBS

Viralizou nas redes sociais o desabafo de um jornalista norte-americano que contou sobre os meses de estresse que passou enquanto era discriminado por ser gay e negro.

"Posso dizer honestamente que nunca fui discriminado como David Friend e Peter Dunn fizeram comigo na WCBS-TV", escreveu Don Champion em sua página no Facebook no último dia 26.

Dunn e Friend são dois dos mais importantes nomes da CBS, uma das três maiores emissoras de TV dos Estados Unidos, e, após inúmeras denúncias, são investigados por criar ambiente tóxico por anos especialmente para mulheres e pessoas negras.

Champion foi repórter freelancer para a afiliada da rede em Nova York, a WCBS, e contou que só resolveu abordar o assunto para ajudá-lo no processo de "cura".

"Eu era gay demais", disse o jornalista. "Por um lado, me sinto orgulhoso de, como repórter, ter tido a chance de cobrir grandes histórias em Nova York - o maior e mais dinâmico mercado do país. Por outro, traz de volta memórias horríveis de ser intimidado e discriminado por ser um homem negro gay."

"Mesmo antes de começar, meu agente me avisou: 'Cuidado, você é gay, negro e homem. David não gosta de nada disso'."

Champion contou que foi chamado para ser freelancer em 2013 e se dedicava a fim de conseguir um contrato permanente.

Ele disse que mesmo após sua estreia, com um furo reportagem, ele percebeu que nada que pudesse fazer iria impressionar os chefes.

"Nos meses que se seguiram ao meu início na WCBS, David Friend usaria o status de freelancer como uma ferramenta para me perseguir, me intimidar e me derrubar - não apenas como repórter, mas também como humano. Eu estava tão estressado trabalhando no WCBS que até desenvolvi eczema", revelou o jornalista.

"Sua primeira reclamação foi minha 'presença no ar'. Meses depois, foi minha 'voz", lembrou Champion.

"Quando fui ao escritório dele e pedi ajuda para pagar um coach de voz ele disse que não. Tentando fazer o que fosse necessário para conseguir um contrato, paguei por um sozinho."

"O número de dias que a WCBS me oferecia para trabalhar a cada semana diminuía e diminuía - dependendo de como David se sentia por mim. Minha vida e carreira estavam sob o controle de um fanático."

Champion, então, começou a fazer "frilas" também para a CBS Newspath, canal de notícias por transmissão por satélite da empresa. 

"Antes de eu sair, um gerente da WCBS até me disse que esperava que eu 'soubesse que o problema [na WCBS] nunca foi você'. Essas palavras ficaram na minha cabeça desde então."

Os executivos se recusaram a comentar a denúncia. Ambos foram colocados em licença após denúncia publicada pelo jornal Los Angeles Times de que eles "intimidavam e bloqueavam esforços para contratar e reter jornalistas negros".

Depois da CBS, Champion mudou-se para Seattle e teve uma passagem por Londres. Hoje ele trabalha na Amazon e tem um canal no YouTube.


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