Famoso por integrar o elenco do talk show The Noite com Danilo Gentili, no SBT, o comediante Léo Lins foi condenado a indenizar uma mulher trans por causa de comentários feitos em 2018.
Em setembro daquele ano, Léo gravou vídeo para divulgar show em Jacareí, no interior de São Paulo.
Na gravação, segundo o UOL, ele compara a história da cidade com a da cabeleireira Whitney Martins de Oliveira.
"O povoamento da região só começou em 1652 com a chegada de Antônio Afonso, fundador de Nossa Senhora da Conceição da Parayba, que cresceu e virou Jacareí, assim como Jurandir, que cresceu e virou Babalu", disse Leo, referindo-se, respectivamente, ao norme de batismo e ao apelido de Whitney.
No final do vídeo, ele volta a citar a cabeleireira dizendo que sua imagem deveria ser incluída no brasão da cidade. A foto dela foi exibida nos dois momentos.
À Justiça, Whitney afirmou que a gravação lhe causa vergonha e que tem medo do comportamento das pessoas "pois sabe o tipo de reação" que piadas assim podem desencadear.
O humorista disse à Justiça que não fez "juízo depreciativo" da imagem de Whitney,
"Ela alega que foram feitas menções homofóbicas no vídeo, mas isso não é verdade", afirmou. "Dizer que uma pessoa mudou de nome não pode ser considerado uma menção homofóbica, tampouco é homofobia sugerir que uma pessoa figure no brasão da cidade."
Na sentença, a juíza Mariana Sperb, afirma que mesmo não tendo havido uma discriminação homofóbica textual, Léo valeu-se da condição de transgênero para fazer chacota. "O conteúdo do vídeo a tratou com zombaria e deboche", afirmou.
A juíza também considerou que o humorista não poderia ter utilizado a imagem de Whitney sem a sua autorização em um vídeo que divulgava um evento com finalidades comerciais.
Ele foi condenado a pagar indenização no valor de R$ 15 mil. Cabe recurso à decisão.