A Justiça decidiu sobre o processo que a travesti Kethelen Myller moveu contra o jornalista Leo Dias, por ele ter divulgado, em setembro de 2016, vídeo contendo cenas de um encontro de Kethelen supostamente com o ator Alexandre Borges.
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A juíza de direito Simone Gastesi Chevrand deu ganho de causa a Dias. Para a magistrada, é "impossível, portanto, concluir que tenham sido os réus os pioneiros na divulgação do dito vídeo no âmbito da internet".
A sentença, que trata Kethelen pelo gênero masculino, lembra que ela divulga seu trabalho como acompanhante em sites cujo acesso não é restrito. "Trabalha, também, em logradouro público ('na rua', como narrou). E segundo informou o autor, trabalha desta forma há sete anos."
"Sendo assim, é de se conhecer que a divulgação da imagem do autor através da internet e na rua, inclusive mostrando sem inibição seu corpo e vinculando esta imagem ao exercício da atividade de prostituição, decorreu de iniciativa do próprio demandante." Kethelen pedia indenização de R$ 80 mil e foi condenada a pagar os custos processuais.
Ao UOL, Leo Dias disse que "a justiça está acordando em relação a muita gente que quer ganhar dinheiro à toa". "Ficou nítido e claro que quem divulgou esse vídeo não fui eu e muito menos o Alexandre Borges. A única pessoa que tinha feito o tal vídeo de má fé foram as pessoas que estavam presentes ali naquela cena e o fizeram viralizar."
"Na hora que eu publiquei no site do jornal [O Dia], esse vídeo já estava viralizado no WhatsApp. Eu só fiz o papel jornalístico, que é de apurar o que houve, ouvir as partes, e na ocasião o Alexandre não quis falar."