Marido de Carlinhos Maia, Lucas Guimarães contou que só a ajuda financeira que deu à sua família foi capaz de camuflar a homofobia de seus parentes.
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"A minha família me deu muito mais motivos para desistir do que para continuar. Para desistir de tudo", contou Lucas ao colunista Leo Dias, do Metrópoles.
"Tinha dias, no início do nosso relacionamento, que falavam para mim: 'Eu prefiro ter um filho no caixão do que um filho gay'. Eu tinha tios que diziam: 'Eu prefiro ter dez filhas prostitutas do que ter um filho gay'."
"Hoje falo para que não façam com os outros o que fizeram comigo um dia", afirmou. "Hoje, esse preconceito que eles tinham, eles podem ter dentro deles ainda."
O influenciador relata que sabe que seus parentes ainda devem ser homofóbicos, mas que o dinheiro que ele lhes dá faz com que não se manifestem.
"Infelizmente, é muito difícil falar isso, é como se o que você proporciona fosse muito maior do que qualquer outra coisa, então, tudo bem. Continua achando que o correto é não ser gay, que Deus não perdoa, porém, o que ele faz por mim é maior do que qualquer outra coisa. Entendeu o que eu quis dizer? Foi a parte mais triste."
"Eu não estou generalizando. A minha mãe foi uma mãe coruja. Eu ia para a casa de Carlinhos e pedia para minha mãe me ajudar com a minha avó, porque ela era mais conservadora, pela questão da idade, e eu respeitava muito isso."
"Mas a minha avó calou a boca da família inteira. As pessoas morriam de medo que, a partir do momento em que eu contasse para a minha avó, ela teria um piripaque, e aconteceu muito além do que imaginava."
"Meu pai e minha mãe sempre foram surpreendentes comigo. No meu casamento, meu pai pegou na minha mão e disse: 'Meu filho, eu sempre te amei e isso não vai ser diferente com o que você escolheu para a sua vida. Você e o Carlinhos nasceram assim'. Ele olhou para mim e disse: 'Eu sei que hoje você está super emocionado, mas sou eu, seu pai, quem vai te dar a força e o amor que você precisa hoje'."
"Então, isso para mim foi muito forte. Comecei a me apegar às pessoas que eu realmente precisava na minha família. Tinha uma tia minha que me protegia muito, mas, às vezes, a proteção dela se tornava tão grande que as pessoas achavam que ela estava me ofendendo. A gente morava em uma cidade muito pequena, no início era muito difícil. Eu e o Carlinhos chegávamos e o povo começava a dizer: 'Lá vem os viadinhos'. Em qualquer restaurante que a gente chegava. virava baderna. Em cidades pequenas, tudo é pequeno, menos a língua do povo."