Morto na quarta 3 por complicações após cirurgia cardíaca, o cantor sertanejo João Carreiro, 42, era conhecido não só por defender a música raiz e por sua voz grave, mas também por suas posições conservadores. Ele tinha até música contra gays.
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E artigo na Folha de S. Paulo no dia seguinte ao falecimento de João, o doutor em História Gustavo Alonso falou dessas duas marcas do artista.
"Carreiro, com seu canto grave e apologia da tradição, ajudou a forjar o sertanejo bruto, um subgênero que, ao cantar a tradição rural mais autêntica da música caipira, flertava com o reacionarismo no campo dos costumes. Junto da viola e da apologia da terra, ele cantava o homem tradicional que rejeitava a modernidade, as mudanças nas relações sociais e as metamorfoses nos papéis de gênero e sexuais."
Exemplo dessa postura do cantor é sua música "Bruto, Rústico e Sistemático", na qual ele critica abertamente a relação entre dois homens e afirma que não mudará de pensamento.
"Sistema que fui criado/ ver dois homem abraçado pra mim era confusão/ mulher com mulher beijando/ dois homens se acariciando, meu Deus, que decepção!/ mas neste mundo moderno, não tem errado e nem certo,/ achar ruim é preconceito/ mas não fujo à minha essência/ pra mim isso é indecência/ e ninguém vai mudar meu jeito."
Na mesma canção, de 2009 e feita quando ele tinha como parceiro de dupla o cantor Capataz, ele fala de trancar a esposa que fez topless e critica homem que usa brinco.
A canção está disponível em plataformas tais como Spotify.