Fernanda Gentil falou abertamente sobre sexualidade e criação dos filhos à coluna Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo, no domingo 27.
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Casada com a também jornalista Priscila Montandon há dois anos, Fernanda é mãe de Gabriel, quatro anos, filho do casamento com Matheus Braga, e de Lucas, 11, afilhado que ela ajuda a criar desde que a mãe dele morreu.
"Temos que ter a humildade de reconhecer que o novo sempre vem —e cada vez mais rápido. Eu escolho viver o mundo dos meus filhos, e não fazer com que eles entendam o meu para viverem nele", diz.
"Não é uma cor de camisa, nem uma cena de um beijo de mulher com mulher ou homem com homem que induz alguém a alguma coisa. Não é ver algo ou vestir uma camisa rosa que (se o pavor dos pais ou das mães for ter um filho gay) faz de um filho gay", pontua.
"Acho, de novo, que tem que ter a naturalidade das coisas. Eu também não vou botar meu filho [vestido] de rosa só pra mostrar que eu sou 'modernosa' e que eu estou nessa bandeira. Não vou botar um filme gay pra ele ver e dizer: 'Olha aqui, ó'. Ele vai vestir porque gosta. Vai amar alguém porque ama, porque tem uma essência parecida. Depois, por fora, ele vai ver qual é a dele, se é a mulher ou se é o homem", argumenta.
'Eu torço para ter um filho gay? Não. Infelizmente não torço. Não torço porque o Brasil não é um ambiente 100% seguro [para os homossexuais]", falou a apresentadora do Se Joga, da TV Globo.
"Vou amar [os filhos] de qualquer jeito, até se ele disser que gosta de cachorro. A minha luta é para que eu viva num país que me dê segurança de saber que eles estão seguros com qualquer escolha deles. Qualquer coisa, tá? Não só com gay.'
"Respeito quem acha um crime ter o beijo gay. Agora, não vai bater em quem beija, entendeu? [Respeito] quem infelizmente é racista. Agora, vai discriminar, bater, matar porque é de outra cor? Aí não.".
"Acho uma perda de tempo você julgar alguém pela cor da pele. Isso te consome. Você poderia voltar esse ódio, essa energia, para uma coisa tão boa. Vai ajudar alguém. Vai criar uma criança, ensinar alguma coisa a alguém, sei lá."
Após receber algumas críticas pela entrevista, Fernanda usou seu perfil no Instagram para explicar. "Aí agora li que eu 'falei' sobre respeito à homofobia e ao racismo. No mínimo, me confundiu muito", escreveu a jornalista.
Fernanda contou que a entrevista durou duas horas e que, como toda reportagem, foi editada e que isso pode ter confundido alguns temas sobre qual falou.
"E nesse novo contexto eu virei a dona de uma idelogia absurda", escreveu. Fernanda explicou que o que ela quis dizer é que respeita pontos de vista diferentes. "Não existe respeitar a homofobia. O racismo. A gordofobia. E nenhuma outra fobia."
"O que eu respeito são as diferentes nuances de um assunto; até porque eu também tenho as minhas, e são diferentes de um monte de gente, e exijo respeito."