Uma mulher trans é suspeita de matar um amigo que estava iniciando processo de transição de gênero, passar-se por ela e movimentar cerca de R$ 1 milhão em bens da vítima.
A maquiadora trans Maryana Elisa Rimes teria fingido ser o amigo Marcelo do Lago. Quando questionada em locais tais como banco sobre o uso de documentos no nome dele, afirmava ter feito transição de gênero e ainda não ter realizado a retificação legal.
A suspeita é conhecida na noite LGBT de São Paulo como Marianah Munhoz e já se apresentou como cantora em inúmeros endereços arco-íris.
O caso aconteceu em São Bernardo do Campo (SP). As autoridades acreditam que Marcelo foi morto em 21 de maio do ano passado. O corpo foi encontrado apenas dois meses depois em uma estrada.
Desde a morte, Maryana e seu suposto comparsa, Ronaldo Bertolini, utilizavam os cartões e conta bancária da vítima, segundo informações confirmadas ao UOL pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).
A maquiadora ajudava Marcelo nos cuidados após cirurgia no rosto motivada pela transição de gênero que ele iniciou.
Na última vez que foi visto por vizinhos entrando na residência ele estava com a cabeça coberta por faixas.
Segundo a polícia, Maryana matou o amigo com doses excessivas de remédios, alugou chácara em Campo Limpo Paulista (SP), onde ela e o comparsa queimaram o corpo e em seguida abandonaram os restos mortais na estrada na Grande São Paulo.
O passo seguinte foi assumir a identidade de Marcelo, que vivia sozinho e tinha uma renda fixa com casas que alugava, além de receber apoio financeiro de uma tia.
O delegado Cristiano Luiz Sacrini Ferreira disse ao jornal Hora 1, da TV Globo, acreditar que o caso tem relação com a aparência da vitima.
"A Maryana se ressentia muito porque ela acreditava que após a cirurgia de transição de gênero, o Marcelo ficaria uma mulher mais atraente, mais bonita do que ela própria", disse Cristiano.
De acordo com a SSP, ela foi encaminhada à Cadeia Pública de São Caetano do Sul, sob mandado de prisão temporária, e Ronaldo Bertolini permanece foragido.