Zélia Duncan é a mais nova moradora do Sumaré, bairro nobre da zona oeste da capital paulista.
Ao O Globo, a cantora contou que trocou a Urca, no Rio de Janeiro, onde morava há 20 anos, por São Paulo para morar com a namorada, a artista plástica Flávia Soares.
Elas dividem casa com quatro cachorros e já deram entrada nos papéis para se casar oficialmente.
Zélia diz que chegou à capital paulista após ter shows cancelados por causa do começo da pandemia, há um ano. A namorada chamou "Vem pra cá" e ela foi "ficando".
Uma de suas novas músicas, Coisinhas, foi composta para Flávia, com quem está há cinco anos. A canção integra novo disco da cantora, programado para junho.
Aos 56 anos, Zélia revela que está "mais assumida do que nunca".
Umas das razões é seu contato com jovens artistas da comunidade LGBT, como Bruna Linzmeyer, com quem filmou o curta-metragem Uma Paciência Selvagem Me Trouxe Aqui, de Érica Sarmet.
"Quando terminei o filme, escrevi um texto dizendo que as meninas me devolveram o orgulho de ser sapatão. Que, graças a elas, essa palavra agora pertencia a mim e nunca mais ninguém ia me ofender com ela."
"Só Bolsonaro me assusta mais do que essa palavra me assustou um dia", afirmou.
Zélia também lembrou do processo dolorido de se assumir lésbica aos 16 anos.
"Achava que estava doente, tinha vergonha por ser gay, demorei a me sentir digna de estar com todo mundo", disse.