Jornalista revela bastidor de app de pegação. Houve até ameaça de usuários

Marcio Rolim atuou por quatro anos no Hornet e colecionou experiências

Publicado em 21/08/2021
Marcio Rolim, youtuber gay fala da vida profissional no Hornet
Período foi de aprendizagens, mas ter sua imagem ligada a de um app não foi apenas algo positivo

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O youtuber Marcio Rolim, que atuou como editor de notícias do Hornet, por anos o maior aplicativo de pegação gay do mundo e hoje uma rede social, contou em vídeo revelador em seu canal Bee40tona como a função que exerceu por quatro anos afetou sua saúde mental. 

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Isso acontecia por ele era era obrigado a ter perfil entregue para o Brasil inteiro por meio do algoritmo do app.

E para quem imagina que o vídeo seja reclamação sobre a empresa, engana-se.

É sobre os usuários, gays que usavam o app para sexo, amizade e também como uma rede social postando seus momentos e comentando as notícias postadas pelo editor.

Esses comentários nem sempre eram amigáveis e Marcio revela no vídeo que recebia até ameaças quando o assunto era questão política.

Ele lembra que os "Featured Guys", uma espécie de influenciador que o app elegia para incentivar os usuários a postarem suas fotos, eram sempre caras escolhidos a dedo, bonitos, padrões, para dar engajamento, mas que isso causava revolta entre os usuários. Muitos não se sentiam representados na campanha do aplicativo.

Entretanto, o alvo estava errado. Marcio explica que ele não tinha nenhuma gerência nessa parte.

O jornalista conta ainda que a empresa nunca quis mudar a foto de seu perfil de editor para o logo do aplicativo, o que tornaria sua identidade mais reservada. Isso fez com que ele tivesse sua vida exposta e invadida por haters.

Em um caso específico, ele conta que foi abordado aos gritos em bar por um usuário: "Não gosto do seu trabalho" e "Toma cuidado com o que você fala".

Marcio Rolim foi desligado do Hornet em abril deste ano e diz que aprendeu muito trabalhando em um app de pegação para gays, mas que perdeu trabalhos e propostas por ter sua imagem ligada à marca.

Ele relata também entendeu que a comunidade LGBTQIA+ não é linear, nem coesa, o que atrapalha a luta e o orgulho.


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