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O youtuber Marcio Rolim, que atuou como editor de notícias do Hornet, por anos o maior aplicativo de pegação gay do mundo e hoje uma rede social, contou em vídeo revelador em seu canal Bee40tona como a função que exerceu por quatro anos afetou sua saúde mental.
Isso acontecia por ele era era obrigado a ter perfil entregue para o Brasil inteiro por meio do algoritmo do app.
E para quem imagina que o vídeo seja reclamação sobre a empresa, engana-se.
É sobre os usuários, gays que usavam o app para sexo, amizade e também como uma rede social postando seus momentos e comentando as notícias postadas pelo editor.
Esses comentários nem sempre eram amigáveis e Marcio revela no vídeo que recebia até ameaças quando o assunto era questão política.
Ele lembra que os "Featured Guys", uma espécie de influenciador que o app elegia para incentivar os usuários a postarem suas fotos, eram sempre caras escolhidos a dedo, bonitos, padrões, para dar engajamento, mas que isso causava revolta entre os usuários. Muitos não se sentiam representados na campanha do aplicativo.
Entretanto, o alvo estava errado. Marcio explica que ele não tinha nenhuma gerência nessa parte.
O jornalista conta ainda que a empresa nunca quis mudar a foto de seu perfil de editor para o logo do aplicativo, o que tornaria sua identidade mais reservada. Isso fez com que ele tivesse sua vida exposta e invadida por haters.
Em um caso específico, ele conta que foi abordado aos gritos em bar por um usuário: "Não gosto do seu trabalho" e "Toma cuidado com o que você fala".
Marcio Rolim foi desligado do Hornet em abril deste ano e diz que aprendeu muito trabalhando em um app de pegação para gays, mas que perdeu trabalhos e propostas por ter sua imagem ligada à marca.
Ele relata também entendeu que a comunidade LGBTQIA+ não é linear, nem coesa, o que atrapalha a luta e o orgulho.