A probabilidade de alguém com HIV com carga viral indetectável de transmitir o vírus é cientificamente igual a zero, dizem cientistas.
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Um novo estudo sobre o assunto foi apresentado na Conferência Internacional sobre Aids, em Amsterdã, na Holanda, nesta terça-feira 24.
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Chamado "Partner 2" (parceiro 2), o estudo foi realizado em 14 países somente com casais gays sorodiscordantes (quando um deles tem HIV e o outro não).
Esta pesquisa é uma extensão de outra, denominada "Partner" e realizada em 2014. A diferença é que o estudo anterior incluía casais héteros e gays e este foca apenas nos casais gays (há mais chances de transmissão pelo sexo anal).
Assim como na pesquisa anterior, nenhuma pessoa com carga viral inferior a 200 e sem usar preservativos foi capaz de transmitir o HIV.
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Participaram deste estudo 635 casais formados por homens que tiveram cerca de 77 mil relações sexuais. No anterior, foram 337 casais gays.
"Este é o momento em que a ciência supera o estigma. Este é o momento em que os fatos devem vencer o medo", disse o diretor-executivo da NAM, entidade britânica de HIV/Aids, ao Aidsmap.
"O conhecimento de que, quando somos indetectáveis, não podemos transmitir o vírus aos nossos parceiros sexuais, tem o poder de incentivar as pessoas a se testarem e a permanecerem aderentes ao seu tratamento", explicou.
"Tão importante quanto isso pode ter um impacto sobre a forma como as pessoas com HIV pensam sobre si mesmas, removendo parte do estresse e do medo que muitos em nossas comunidades experimentam."
Os novos dados reforçam a campanha da Sociedade Internacional de Aids e de outras dezenas de entidades que lidam com o tema chamada U = U, abreviação de "Undetectable = Unstransmittable" (indetectável = intransmissível, ou seja, quem está indetectável não transmite o vírus).
Vale ressaltar que uma pessoa que tem o vírus só fica com carga viral indetectável se estiver em tratamento com antirretrovirais e tomando medicamento todos os dias.