Em menos de um ano após instalada pandemia pela covid-19, o novo coronavírus já pode ser combatido por algumas vacinas aprovadas e outras mais devem chegar no decorrer de 2021. E o HIV? Por que após 40 anos o vírus ainda não pode ser combatido com vacina?
Curta o Guia Gay Brasilia no Facebook
A questão tem sido levantada por diversas pessoas e inclui teorias da conspiração: por exemplo, a de que pelo vírus HIV acometer proporcionalmente mais gays, transexuais e negros, não haveria empenho suficiente dos governos e cientistas para livrar a população como tem havido com o novo coronavírus.
Nada disso. Ainda não há vacina contra o HIV porque este vírus sofre mutações muito rapidamente e tem maneiras únicas de escapar do sistema imunológico.
Foram encontradas seis cepas diferentes do novo coronavírus e 14 do HIV. "A taxa de mutação [do novo coronavírus] é baixa e o vírus mostra pouca variabilidade, tornando mais fácil desenvolver uma vacina", explicou representante do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, dos Estados Unidos, à agência Reuters.
"O HIV se insere em nosso DNA e permanece lá até que essas células morram, enquanto [o novo coronavírus] não”, disse a virologista Alison Imrie, da Universidade da Austrália Ocidental, à Agência France-Presse.
Muitas vacinas utilizam formas inativadas do vírus, mas com o HIV nenhuma tentativa produziu resposta imunológica. Já outras vacinas usam formas enfraquecidas do vírus. Neste caso, os cientistas consideram perigoso demais introduzir uma forma enfraquecida do HIV em uma pessoa, correndo o risco de torná-la soropositiva.
Mas há esperanças. Três ensaios sugerem que vacinas contra o HIV possam estar disponíveis em 2021. Essas vacinas utilizam vírus inofensivos para ajudar a fornecer informações genéticas do HIV para as células humanas e, na sequência, alterar as proteínas encontradas na camada externa das células do HIV para ajudar a desencadear resposta imunológica.